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Com imponentes avenidas, prédios elegantes, novas construções, transito intenso, gente bonita e bem vestida pelas ruas, Madri é um daqueles lugares que logo causa impacto aos visitantes e nem parece ser o mesmo lugar que, de acordo com as notícias da tv, vem atravessando difíceis períodos econômicos. Mas isto é em parte compreensível, pois turistas geralmente não tem oportunidade de constatar problemas deste tipo, sentidos principalmente por quem mora ou trabalha no lugar. A sensação que Madri transmite aos turistas continua sendo de uma cidade dinâmica e moderna, e que também preserva com cuidado sua herança histórica e belas tradições. É uma cidade que merece uma visita com calma, para que se possa aproveitar bem tudo que ela tem para mostrar.

   

Madri tem diversas grandes avenidas, mas uma delas é considerada o coração da cidade, e justamente por isso leva o nome de grande avenida, ou Gran Via. Ela é o ponto de referência ideal para começar a percorrer a cidade. Tome como ponto de partida a Plaza de España (imagem ao lado), que é ladeada pelos prédios Edifico de España e Torre de Madrid e tem no centro um monumento dedicado à Cervantes, com destaque para as estátuas de Dom Quixote e Sancho Pança. Siga em direção à Plaza del Callao e poderá apreciar a Gran Via ferver de movimento, comércio, gente, cinemas, restaurantes, um trânsito frenético e vida pulsante. No caminho entre Plaza de España e Calle de Alcalá não deixe de elevar os olhos e apreciar a bela arquitetura de seus prédios, pois é justamente este o diferencial desta movimentada artéria.

 

Ao lado uma imagem da fachada de alguns prédios da Gran Via. Inclua em seu roteiro a Catedral Almudena, cuja construção levou mais de cem anos. Sua origem vem desde 1561, época em que o rei Felipe II transformou Madri em capital da Espanha. Ocorre que a cidade de Toledo era rival da nova capital e através de pressões políticas conseguiu adiar a construção da nova capital até 1868. O nome da catedral homenageia Nossa Senhora de Almudena, santa protetora do país.

Depois visite o Museu Nacional Reina Sofia, que abriga a melhor coleção de arte contemporânea do país, com obras de Miró, Salvador Dali e Picasso. Originalmente o prédio abrigava um hospital, sendo que em 1980 sofreu uma grande reforma para abrigar o museu.

E quem gosta de fazer umas comprinhas não vai pode perder a oportunidade de conhecer o El Corte Inglés, mais importante loja de departamentos do país e uma das maiores da Europa. No Corte Inglés encontra-se simplesmente de tudo para todos e a confeitaria da loja é algo próximo ao paraíso.

 

O Palácio Real de Madri, na imagem ao lado, é a versão espanhola de Versailles. Ele é um dos maiores e mais luxuosos da Europa, com seus mais de dois mil aposentos. Seu projeto teve origem em 1734, quando o rei Felipe V decidiu erguer um grande palácio em substituição à primeira fortaleza que existia neste local, destruída pelo fogo. A construção teve início em 1938, e durou somente 26 anos. Entre os pontos abertos à visitação destacam-se a Armeria, Sala de Refeições, Sala de Porcelana e o Salão do Trono. Não perca também a impressionante exposição de armas antigas, que inclui a armadura do rei Carlos V. Frente ao palácio vale ainda percorrer a bem tratada Plaza Oriente, apreciar os jardins ornados com estátuas de diverso monarcas espanhóis e também Campo del Moro, o parque situado na lateral do palácio.

Até 1931 o Palácio Real servia como residência dos reis da Espanha, sendo que agora, apenas ocasionalmente é ocupado pelos soberanos. Toda sua decoração interna foi executada por grandes mestres das artes, como Tiepolo, Giaquinto, Goya, Rubens, Velásquez e El Greco. O palácio tem ainda valiosas coleções de tapeçarias, móveis, louças e pratarias deslumbrantes. E visite também o Museu das Carruagens, anexo ao Campo del Moro. Vídeo: Visitando o Palácio Real.

Mas poucas coisas transmitem com tanta perfeição o clima histórico de Madri como seus bairros antigos, onde restaurante, tabernas, balcões de ferro e lampiões parecem conduzir a gente de volta no tempo. A área próxima à Plaza Mayor e Cuchilleros reúne um pouco desta Madri encantadora, que já seduziu tanta gente. Reserve uma hora para percorrer a Cava de San Miguel. Esta rua fazia parte, junto com a Cava Alta e Cava Baja, do sistema de defesa que envolvia as muralhas da Madrid medieval. As cavas (estreitas covas ou fossos) tinham como finalidade formar uma defesa adicional caso a cidade fosse invadida.

Com o tempo perderam a função defensiva, foram mais tarde aterradas e no século 16 transformadas em ruas. As construções do lado leste são na realidade parte do muro de contenção da Plaza Mayor. Quando passar por aqui não deixe de visitar também o Marcado de San Miguel, realizado na parte alta da Cava de San Miguel. Costuma funcionar nos dias úteis até as duas da tarde, fechando mais cedo aos sábados. Lá encontram-se frutas, condimentos, carnes, queijos e outras delícias locais. Se quiser entrar no clima mesmo aproveite para almoçar no Restaurante Botin, fundado há quase trezentos anos, o mais antigo restaurante do mundo!

 

Depois de percorrer as cavas suba a grande escadaria que conduz à Plaza Mayor, na imagem ao lado. Se um lugar fosse escolhido para representar a cidade, provavelmente esta praça seria uma unanimidade. Esta grande área retangular, cercada por prédios com arcadas, tem origem no ano 1560, quando o rei Felipe II decidiu construir uma área destinada a funcionar como mercado aberto. Com o tempo ela passou a desempenhar diversas outras atividades, recebendo touradas, coroações, festivais, execuções, fogueiras da inquisição e qualquer outro grande evento de massas, já que era capaz de receber cerca de 50 mil pessoas. Atualmente as arcadas da Plaza Mayor são ocupadas principalmente por pequenas lojas, diversos restaurantes e muitos turistas, enquanto o centro da praça abriga mesinhas dos restaurantes e, em épocas especiais, grandes eventos.

Uma sugestão de restaurante bom e de preços aceitáveis é o Meson Museo del Jamon, na verdade uma rede de restaurantes, onde o destaque, como o próprio nome indica é o Jamon (presunto), uma verdadeira preferência nacional entre os espanhóis. Somente a decoração do lugar, com centenas de imensas peças de Jamon pendendo das paredes já vale a visita. Já fomos lá mais de uma vez e nunca nos decepcionamos.

 

Madri é uma cidade com generosas áreas verdes. O principal parque da cidade é o Parque del Retiro, bem no centro, formado por 120 hectares de belos jardins, gramados, árvores centenárias, barquinhos para alugar e, durante o verão, shows de marionetes e apresentações teatrais e de música. Merecem ainda destaque no parque o mausoléu de Alfonso XII, o Jardim de Rosas, Palacio de Cristal, Palacio de Velasquez e Casa de Vacas. Quem gosta de parques também não pode perder o teleférico do Parque del Oeste, que funciona todos os domingos e feriados. O parque está situado no bairro de Argüelles

 

A Plaza de Toros de Las Ventas, na foto ao lado, é um dos pontos mais importantes da cidade. Durante a temporada de espetáculos, que acontece de maio a setembro, sempre aos domingos, as Corridas de Toros de Madri são realizadas neste local. Cada corrida geralmente consiste em seis touradas independentes, onde o astro principal não é o touro, e sim o toureiro ou matador, como são conhecidos. Um bom toureiro passa a ser considerado quase como um ídolo nacional, e muitos são lembrados como heróis. No decorrer de cada tourada o animal é provocado, espetado e quando já está exausto termina sempre da mesma forma: Morto com uma espada enterrada nas costas. Apesar da sanguinolência, a tourada é considerada por aqui não apenas um esporte, mas também uma arte e uma tradição milenar, e por isto é tratada com todas as honras.

A Corrida de Toros é um assunto cada vez mais controvertido, combatida por entidades defensoras dos direitos dos animais, e defendida pelos tradicionalistas, que nelas vêem um evento cultural e artístico centenário. De qualquer forma, não é um espetáculo recomendável para quem não agüenta ver animais sofrendo, ou que não está acostumado com este tipo de arte, já que termina sempre com sangue derramado na areia da Plaza de Toros.

As festas mais populares de Madri são o Dos de Mayo, San Isidro e La Paloma e nesta época há muitas "Corridas" na Plaza de Las Ventas. Quem não estiver interessado no "esporte" pode aproveitar a visita a este belo prédio em estilo Mourisco para visitar, nos fundos, o Museo Taurino, onde é contada a história das touradas e relembrados alguns dos nomes mais famosos que por aqui passaram. Neste meio tempo, brasileiros que desejarem assistir às touradas certamente vão continuar, como sempre, a torcer pelo touro... :-)

Ir a Madri e não assistir a um show de música Flamenca, é como ir ao Brasil sem conhecer o carnaval, algo que causará arrependimento para sempre. O Flamenco é um estilo musical com raízes na região da Andaluzia, bem como nas tradições ciganas e consiste basicamente na apresentação de dançarinos, trajando roupas típicas, acompanhados por guitarras acústicas e ritmo marcado pelas castanholas e palmas. Muito mais do que simplesmente música e dança, nos passos do Flamenco está presente a própria cultura deste povo.

Vídeo: Vieja Madrid e Tablado Flamenco 

O Flamenco é um espetáculo bonito, empolgante, e pode ser visto em vários locais da cidade, onde às vezes surge até espontaneamente pelas ruas, bastando que se reúnam algumas pessoas e que surja uma guitarra. Para os turistas, o ideal é apreciar este show em casas de espetáculos, onde é apresentado por dançarinos profissionais. O nome mais lembrado de Madri para quem deseja aprecia o Flamenco é o Café de Chinitas, situado na rua Torija. Quem desejar, também pode jantar no Café de Chinitas, o que é cobrado a parte. Outra opção para assistir shows Flamencos é na Casa Patas, situada na Cañizares 10. Antes de ir, não deixe de confirmar na portaria de seu hotel os horários e dias da semana em que os shows são apresentados, já que em algumas casas as apresentações não são diárias.

Ao lado, fotografia feita na Puerta del Sol, considerada o centro histórico de Madri. O nome tem origem no antigo portão leste, quando no século 15, ainda existiam muralhas na cidade. Aqui estão diversas tabernas e restaurantes e o marco inicial das rodovias espanholas, demarcado no chão com uma placa onde está escrito “kilometro zero”. Também na Puerta del Sol encontra-se o símbolo da cidade de Madri, uma estátua de vinte toneladas representando um urso comendo uma fruta de uma árvore. Seu nome oficial é "El Oso y el Madroño" significando O urso e o madroño (árvore frutífera da família da cerejeira).

 

A Plaza de la Villa é uma praça rodeada por prédios históricos, construída a partir de 1644, por Juan de Mora, o mesmo arquiteto da Plaza Mayor. O maior prédio do conjunto é a Casa de la Villa, a prefeitura. Um arco liga a Casa de la Villa à Casa de Sinceros, castelo de 1537 em estilo renascentista. Visite também aqui a Torre de los Lojanes, a construção mais antiga de Madri. Outro prédio histórico que merece ser visitado é Palacio de Santa Cruz, construído entre 1629 e 1643 pelos imperadores Habsburg da Áustria, quando estes ainda tinham domínio sobre a Espanha.

Vídeo: Dirigindo pelas ruas

Na região próxima à Plaza Mayor situam-se diversos restaurantes, tabernas e bares, como a Casa Paco, que serve ótimas refeições e vinhos variados. A cozinha espanhola é excelente, mas nem pense em se apressar para fazer sua refeição. Geralmente os restaurantes só começam a servir almoço a partir das 13 horas, mas mesmo assim ninguém por aqui pensa em almoçar tão cedo. Chegue lá por volta de 14 horas como é usual entre os madrilenhos. Quase todos os restaurantes também tem o hábito de fechar após o horário de almoço, seguindo a tradição de grande parte do comércio. A vida só reinicia por volta das 17 horas. No entanto, para quem gosta de curtir a noite, Madri é o lugar certo, com ruas, calçadas, restaurantes e bares lotados e animadíssimos até altas horas da madrugada.

Imperdíveis por aqui são os "tapas", como são chamadas as diversas comidinhas e aperitivos tradicionalmente saboreados entre as refeições. Os pratos espanhóis incluem quase sempre muito azeite e alho e entre os mais tradicionais estão a conhecida Paella Vallenciana, à base de arroz, legumes, frango e frutos do mar. Outras opções muito pedidas são Sopa Gazpacho, Lechazo Asado, Chuletillas, Tortilla de Patatas, Chorizo, Jamón Serrano, Cocido Madrileno, Cochinillo de Castilla e León e Gazpacho Andaluz.

 

Um dos pontos mais bonitos da cidade é Plaza de Cibeles, na imagem ao lado. Situa-se na junção da Gran Via com Via de Alcalá, área de trânsito intenso e cercada por prédios belíssimos, como o Palacio de Comunicaciones, no estilo de uma catedral, Banco de España, construção de 1882 que guarda as reservas de ouro do país e Palacio de Linares, construção de 1873 que abriga um centro cultural e galeria de arte. No centro da Plaza de Cibeles uma fonte - Fuente de Cibeles - que ganhou este nome em homenagem à deusa romana da natureza, representa a figura mitológica em uma carruagem conduzida por dois leões. A escultura é obra de Ventura Rodriguez, construída entre 1777 e 1782. Durante as comemorações esportivas a Plaza de Cibeles costuma ficar lotada de torcedores.

 

Nós visitamos Madri duas vezes e adoramos tudo que encontramos e fizemos por lá. De acordo com diversas publicações especializadas em turismo, Madri é uma das cidades que mais turistas atraem de todo o mundo, e pensando bem, isto não é motivo para surpresas. Clima agradável, bonitas tradições, boa música, comida e vinhos, cultura, artes, e uma infra-estrutura eficiente, que oferece todo conforto a seus visitantes. A única coisa que ainda lhe falta é tratar com mais respeito os turistas brasileiros que chegam a seus aeroportos ( acordem espanhóis, agora até os americanos estão estendendo o tapete vermelho para os brasileiros! ). No dia em que resolverem este problema, a cidade poderá figurar, com justiça, em qualquer roteiro que pretenda ser completo em território Europeu.