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Não dizem que, numa festa ou evento, o melhor deve ficar para o final? Isto também deve vale para uma viagem. E isto também vale para uma visita à Russia. São Petersburgo deve ser visitada ao final do passeio, pois qualquer coisa em contrário seria um anticlímax. Esta é uma cidade com tantos atrativos, catedrais, palácios, monumentos, museus, teatros e principalmente história tão rica, que não dá para negar sua posição de destaque, não somente em relação à Rússia, mas também entre outras grandes cidades do mundo. Criada para ser capital graças à ousadia do imperador Pedro I da Rússia, sua construção demandou o esforço de dezenas de milhares de trabalhadores, durante anos. Mas o resultado, sem dúvida, valeu.

   

Mesmo não sendo o principal atrativo cultural da cidade, turistas ficam especialmente embevecidos com a arquitetura da Catedral de Nosso Salvador do Sangue Derramado (Tserkov Spasitelya Na Krovi). Construída em fins do século 19, quando o país apresentava um grande impulso industrial e econômico, sua arquitetura em estilo russo medieval clássico, com torres coloridas decoradas com ouro, pedras preciosas cruzes resplandecentes é de tirar o fôlego, e com toda razão transformou-se no endereço mais fotografado da cidade. Foi edificada no mesmo local onde o Tzar Alexandre II foi assassinado em 1881, razão pela qual seu nome faz referência ao Sangue Derramado.

O nome oficial do templo ao lado é Igreja da Ressurreição de Cristo e, por incrível que pareça, foi fechada pelo governo soviético a partir de 1930, tendo escapado por pouco da demolição, pois era vista como um inconveniente símbolo religioso em um estado oficialmente ateu. Apenas recentemente foi reaberta e está sendo submetida a um programa de recuperação. O interior da catedral é decorado com mosaicos de mármore, cobrindo todas suas paredes e atualmente abriga um Museu. Aproveite para visitar, atrás do templo, a feirinha de artesanato, onde se encontram muitas lembranças por um bom preço.

 

Como foi construída às margens do rio Neva, sobre centenas de ilhas de todos os tamanhos entrecortadas por canais, a cidade ganhou o apelido de Veneza do Báltico. Suas pontes não são apenas belas obras arquitetônicas, mas também ótimos pontos de observação e excelentes locais para fotos espetaculares. Comece pela Ponte Anichkov, mais conhecida como Ponte dos Cavalos, por estar adornada em suas quatro extremidades por quatro diferentes esculturas de Pyotr Klodt, representando cavalos em posições diferentes.

As esculturas eqüestres de Pyotr Klodt são tão importantes para a cidade que durante a guerra foram removidas da ponte e escondidas, para não serem destruídas pelo bombardeio alemão. Depois conheça a ponte Alexandre Nevsky, a maior da cidade. Relativamente nova, ela foi construída em 1960, e liga o bairro de Malaya Okhta ao centro. É a maior da cidade, com mais de 900 m de extensão, 35 de largura, e um projeto inovador. Também a Ponte do Palácio, unindo o Palácio de Inverno ao lado oposto do Neva oferece ótimos ângulos para belas fotos, além de proporcionar uma vista excelente da cidade.

Nunca é demais lembrar que, para permitir a passagem das grandes embarcações, as pontes sobre o Neva fecham para veículos e pedestres durante a madrugada, assim, quem gosta de esticar a noite, deve tomar cuidado para não ficar retido no lado errado da cidade até as 5 da manhã. Já durante os meses de inverno, como o rio congela, não há movimento fluvial, razão pela qual as pontes permanecem abertas a noite inteira.

Nossas previsões de quase congelar sob o frio russo felizmente não se concretizaram, e sob temperaturas de até 25 graus, o calor o sol nos obrigaram, na maior parte dos dias, a carregar casacos nos braços. Esta região, situada atrás do Museu Russo é uma das mais belas da cidade, cortada por canais ornamentados por prédios de fachadas coloridas. Daqui partem diversos cruzeiros que percorrem alguns dos canais de São Petersburgo.

Um costume muito interessante entre os recém casados é percorrer as ruas da cidade com os amigos e convidados, bebendo champagne e tirando fotos com convidados e atores representando vultos importantes da história russa, como os imperadores Pedro o Grande e Cataria a Grande. Num sábado de sol vimos diversos desses casais fotografando nos parques da cidade.

Nevsky Prospect é a principal via da cidade. Esta avenida concentra alguns do melhores hotéis, centros comerciais, restaurantes, mercados, bares e estabelecimentos diversos ao longo de seus 4,5 km. Com largura variando de 60 a 25 metros, trânsito intenso e calçadas sempre abarrotadas de pedestres, pode-se dizer que esta é a própria passarela de São Petersburgo. Observe na foto os cabos suspensos dos ônibus elétricos, muito usados por aqui no transporte coletivo. 

A imagem acima é de um dos prédios mais tradicionais da Nevsky Prospect. Quase todos os prédios tem estilo arquitetônico típico do século 19. Entre os pontos mais conhecidos da avenida figuram Gostinny Dvor, maior shopping da cidade, disfarçado em sua fachada de antigo mercado construído em 1765, com uma bela fachada em arcos. Em seu interior encontra-se praticamente de tudo. Também na Nevsky estão os tradicionais e grandiosos hotéis da cidade, como o Grand Europe, construção de 1824. E também aqui ficava nosso hotel, o Nevsky Palace, absolutamente fantástico.

O Museu Hermitage, ao lado, é a principal atração turística da São Petersburgo. Nenhum outro local na Rússia, e poucos outros do mundo tem coleções de arte tão preciosas quanto aquelas expostas aqui. Construído entre 1754 e 1762, graças à Tzarina Catarina a Grande, seu acervo hoje chega a 2,7 milhões de peças, cobrindo um período que vai do Egito antigo até a Europa do século 20. Em destaque estão obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rembrandt, Van Gogh, Matisse, Gaugin e Rodin. O principal prédio do conjunto é conhecido com Palácio de Inverno, pois foi uma das residências dos Tzares russos.

Evidentemente seria impossível apreciar todas as obras do Hermitage numa única visita, mas um tour de duas ou três horas para apreciar suas principais coleções é obrigatório em qualquer visita à cidade. Externamente o prédio do Hermitage é igualmente belíssimo, e mesmo numa cidade repleta de belezas arquitetônicas, este palácio verde e branco em estilo barroco destaca-se por suas dimensões e imponência. Ao todo o prédio tem 1786 portas, 1945 janelas e 1057 salões ricamente adornados.

Frente à Praça do Palácio - Dvortsovaya Ploshchad - destaca-se a Coluna de Alexandre -Aleksandrovskaia Kolonna - sólido monolito de 600 toneladas e 50 m de altura, comemorativo da vitória de Alexandre II sobre as tropas de Napoleão Bonaparte. No topo da coluna situa-se um anjo segurando uma cruz, e consta que o rosto do anjo foi modelado de forma a reproduzir as feições do imperador. 

A Praça do Palácio, que também aparece na primeira foto desta página, era o centro da São Petersburgo imperial, e além do palácio abrigava outros importantes prédios do regime imperial, como a Sede do Almirantado – Admiralteistvo - construída em forma de curva em cujo centro destaca-se um imenso portal em arco. Fachada do Palácio de Inverno

Todo o conjunto tem uma rara harmonia arquitetônica, e este é um daqueles locais que dá vontade da gente ficar percorrendo por horas de um lado para outro, explorando cada ângulo e procurando novas perspectivas para fotos. Partindo deste ponto você estará próximo às três principais avenidas da cidade, Nevsky Prospekt, Gorokhovaya Ulitsa e Vosnesensky Prospekt, deixando claro o detalhado projeto urbanístico desenvolvido durante a construção de São Petersburgo .

Fachada do Museu Russo, situado a pouca distância da avenida Nevsky Prospekt. O museu ocupa as dependências do que foi um dia o Palácio Mikhailovsky, e foi transformado em museu em 1898, atendendo a um desejo da família real de criar um espaço destinado a abrigar tesouros russos, rivalizando assim como a Galeria Tretyakov, de Moscou. O Museu Russo é especialmente indicado para quem estiver interessado em história russa, e turistas podem considerar o museu situado bem ao lado, o Museu Etnográfico, mais interessante. Lá estão expostas dezenas de trajes típicos de todas regiões da Rússia, e sua variedade e colorido surpreende e encanta.

 

O Cruzador Aurora, ao lado, ocupa um lugar de destaque na história russa. Transformado em museu permanentemente ancorado na margem norte do rio Neva, frente ao Hermitage, este cruzador construído entre 1897 e 1900 participou da guerra russo-japonesa de 1904, mas sua fama principal deve-se à honra de, em outubro de 1917, ter dado o primeiro tiro contra o Palácio de Inverno, sinalizando o início da revolução que iria derrubar o governo provisório e levar os comunistas ao poder.

 

Nenhum roteiro por aqui estaria completo sem conhecer Petropavlovskaya Krepost, a fortaleza de Pedro e Paulo, cuja construção foi concluída em 1740. Ela é a própria origem e núcleo inicial da cidade, e seu nome deriva dos santos padroeiros de São Petersburgo. Situada na pequena ilha de Zaichy Ostrov, esta cidadela abriga uma catedral, museu, uma antiga prisão, um cais e outros prédios administrativos. Parte do conjunto está aberta à visitação pública e o ponto de destaque é a Catedral, erigida em 1723. Sua torre foi outrora o prédio mais alto da cidade, e seu interior abriga as sepulturas de todos os tzares russos e seus familiares, desde a época de Ivan o terrível até Nicolau II, executado em 1918. Também a sepultura de Pedro, o Grande está na catedral da fortaleza.

Em 1997, os restos mortais do ultimo Tzar, Nicolau II e sua família, mortos pelos bolcheviques após a revolução russa, foram transladados de Ekaterinemburgo, onde estavam desde sua execução, de volta para São Petersburgo, e também estão agora sepultados na fortaleza de Pedro e Paulo. Do cais da fortaleza tem-se uma vista única da cidade, e é interessante observar também nas paredes da fortaleza as marcas indicando o nível a que chegaram as águas por ocasião das grandes enchentes ocorridas em São Petersburgo. Por estar situada quase ao mesmo nível do mar, a cidade historicamente já sofreu diversas enchentes devastadoras. Como curiosidade, nos jardins do palácio encontram-se geralmente pessoas vestidas com trajes de época dos imperadores Pedro o Grande e Catarina, se oferecendo para fazer fotos com turistas, a um preço de 50 rublos.

 

A catedral de São Isac - Isaakevsky Sobor - com sua imponente colunata, é o templo mais vistoso da cidade. Por trás da fachada triangular apoiada em colunas gregas, uma cúpula circular apoiada em uma nova série de colunas destaca-se na silhueta da cidade, e oferece um ponto de vista ideal para fotos dramáticas de São Petersburgo. A catedral ganhou prestígio adicional durante a segunda guerra, quando a cidade foi sitiada. Neste período seu imenso saguão abrigou milhares de pessoas, e as ajudou a suportar os invernos glaciais de São Petersburgo. Para chegar até a colunata superior é necessário pagar uma taxa num quiosque situado na parte externa da catedral. De uma forma geral, os ingressos para catedrais e museus são bem mais caros para turistas do que para residentes.

 

A imagem ao lado mostra uma vista da margem norte do rio Neva, com destaque para o palácio Menshikov, o monumento em forma de coluna rosada, onde estão incrustadas proas de navios (os pequenos pontos negros) conquistados em batalhas, e a esguia agulha que encima a catedral da fortaleza de Pedro e Paulo. 

A maior parte dos monumentos históricos e principais catedrais da cidade está situados numa área relativamente pouco extensa, e por isso podem ser visitados com relativa facilidade, ao alcance de nossas próprias pernas. Claro que sapatos confortáveis e um bom mapa da cidade são sempre acessórios indispensáveis.

 

Um programa imperdível é tirar uma noite para apreciar o balé foclórico russo, que se apresenta num dos tradicionais teatros do centro. Geralmente o espetáculo tem duas partes, durante as quais grupos de dança profissionais apresentam coreografias e músicas de diferentes regiões do país, intercalados com números com a participação de convidados da platéia.

Peça para sua agência reservar o bilhete especial, pois ele dá direito, no intervalo, a acessar o bufe de canapés e bebidas diversas. E também é bom chegar cedo, pois os lugares não são demarcados com antecedência. Quando fomos sentamos na primeira fila, assim pudemos pegar bem de perto o momento em que as dançarinas, em suas coloridas vestimentas, saudavam o público. 

 

A catedral Kazan - Kazanski Sobor - é a construção de maior destaque da avenida Nevsky. Considerada como um dos melhores exemplos de arquitetura tradicional russa não ortodoxa, ela foi erigida tentando harmonizar o projeto adotado na construção de São Petersburgo com a tradição arquitetônica ortodoxa. Assim, a monumental colunata de sua fachada foi construída paralela à Av Nevsky, enquanto o altar principal está situado numa das laterais, atendendo à imposição da igreja ortodoxa, que estipulava que estes deveriam estar sempre orientados na direção leste-oeste. 

O nome da catedral homenageia Nossa Senhora de Kazan, um dos maiores ícones religiosos da tradição ortodoxa russa. Marshal Kutuzov, o general que comandou as tropas russas na vitória sobre Napoleão Bonaparte, está enterrado nesta catedral. Em frente à catedral, um belo jardim e bancos de praça convidam a gente a sentar um pouco, e apreciar a vida da cidade desenrolar-se a nossa frente.

 

Ao lado, o Monumento aos Defensores. Além de São Petersburgo, esta cidade também já se chamou Petrogrado e Leningrado. Durante a segunda guerra mundial, quando se chamava Leningrado, ela atravessou seu momento mais difícil. Cercada pelas tropas nazistas, a cidade enfrentou um sítio de 900 dias e mesmo assim não se rendeu. Seus habitantes tiveram que superar frio polar, fome e doenças.

Sem eletricidade, suprimentos e permanentemente sob o bombardeio do exército de Hitler, a resistência de Leningrado entrou para a história como um dos maiores exemplos de determinação patriótica que se tem notícia. A única fonte de suprimentos surgia durante os invernos, quando o lago Ladoga congelava, o que permitia que veículos atravessassem a crosta de gelo e trouxessem alguns víveres básicos para a população.

Na época essa via de gelo ganhou o apelido de Estrada da Vida - Doroga Zhizni - pois foi ela quem permitiu que Leningrado não perecesse. Muitos, no entanto, se referiam a ela também como Estrada da Morte, devido ao grande número de baixas causadas entre os que tentavam furar o bloqueio. Mesmo assim, entre setembro de 1941 e janeiro de 1944, período do bloqueio nazista, Leningrado viu falecerem um milhão de seus habitantes, a maior parte civis.

Foi em sua homenagem, e a todos aqueles que não se entregaram, que a cidade construiu, nos anos 70, o Monumento aos Defensores (foto acima). Situado em Ploshchad Pobedy, uma das entradas de São Petersburgo, o monumento foi projetado pelo russo Sergei Speransky, e construído no mesmo local onde as tropas nazistas foram detidas em seu avanço, a entrada sul de Lenigrado. No interior do monumento, um grande salão apresenta uma exposição com a história daquele período dramático.

Há um passeio nas proximidades da cidade que não deve em hipótese nenhuma ser esquecido: Peterhoff (ou Petrodvorets) na foto ao lado. Este palácio construído por Pedro o Grande junto ao Golfo da Finlândia pode ser considerado como a resposta russa a Versalhes. A construção original foi erguida entre 1714 e 1725, mas posteriormente outras alas e pavilhões foram gradualmente anexados ao conjunto. Atualmente estão abertos à visitação dezenas de aposentos, com interiores ricamente adornados. Os jardins de Peterhoff são decorados com estátuas, fontes, canais, cascatas, alamedas floridas e diversos recantos temáticos.

O eficiente sistema hidráulico que abastece as fontes dos jardins foi projetado no século 18 pelo engenheiro Tuvolkov, e surpreendentemente, não necessita bombas para ser operado. Durante a segunda guerra Peterhoff foi seriamente danificado pelos bombardeios nazistas, e no local há exposições fotográficas exibindo o estado deplorável do palácio em 1945. Somente com o tempo e com maciços investimentos, Peterhoff vai voltando a ostentar a glória dos tempos imperiais. 

Tsarskoye Selo é outra visita que não pode ser esquecida. Conhecido simplesmente por Pushkin, está situado somente a 25 km ao sul da cidade. O destaque do conjunto de prédio é o domo dourado, azul e branco que encima o Palácio de Catarina. O nome deve-se à imperatriz Catarina a Grande, segunda mulher de Pedro. Originalmente construído entre 1717 e 1723, o palácio apresenta uma fachada primorosamente adornada em estilo barroco, e em seu interior destacam-se o Salão de Espelhos e o Grande Salão. Igualmente impressionante é o Salão de Âmbar, totalmente revestido com este caríssimo material. Durante a guerra todo este âmbar foi pilhado pelos nazistas e levado para a Alemanha, e somente aos poucos e a um altíssimo custo, a sala foi posteriormente recuperada.

Foi deste palácio que o último Tzar russo, Nicolau II, e sua família foram levados pelos bolcheviques, após a revolução russa. Conduzidos até a Sibéria, seriam todos executados em 1918. Até hoje é lembrada a história de Anastácia, filha mais nova do Tzar, que, segundo a lenda, teria conseguido escapar dos revolucionários e sobrevivido, vivendo para sempre anônima em local desconhecido.

Ao lado, a catedral de Peterhoff, que visitamos no caminho de volta do palácio.

Lembrar de São Petersburgo é lembrar também, além do Tzar, de Fabergé e de seus renovados ovos de páscoa. Peter Carl Fabergé foi um dos maiores artistas de sua época. Em seu atelier, centenas de habilidosos artistas trabalhavam, criando obras de arte em forma de jóias, dentre as quais os conhecido Ovos de Páscoa do Tzar, que entraram para a história. Esta tradição foi iniciada em 1884, com um ovo de páscoa encomendado pelo soberano Alexandre III para presentear sua irmã, a Tzarina Maria. Vale lembrar que na Rússia os ovos de páscoa representam a principal celebração da fé ortodoxa. Assim, daquele dia em diante ficou acertado que, a cada ano, Fabergé criaria um novo ovo de páscoa para a Tzarina.

Durante onze anos o acordo foi cumprido, até a morte de Alexandre III. Seu filho, o imperador Nicolau II, continuou a tradição, estabelecendo que a cada ano uma nova jóia continuaria sendo criada, tendo o aspecto externo de um ovo de páscoa, mas guardando um segredo em seu interior. Assim foram criadas verdadeiras obras primas, de cores e acabamentos diferentes, fazendo referência a eventos da história russa, como por exemplo, a Coroação de Nicolau II, a inauguração da Ferrovia Trans-Siberiana ou a Sagração da Catedral Uspensky.

Até a revolução russa, Fabergé continuou a fornecer ao imperador russo os ovos de páscoa. Ao todo, sessenta e quatro ovos foram produzidos, dos quais vinte tem paradeiro desconhecido até hoje. Os restantes quarenta e quatro estão em exibição, e como é fácil de supor, seu preço é incalculável, não somente devido ao ouro, prata e pedras preciosas utilizadas em sua confecção, mas também por todo valor histórico. Não é de estranhar que muitos turistas fiquem até mesmo emocionados, ao vê-los em exibição no Kremlin de Moscou.

Hoje, ao ver tanta gente desfilando pela noite da avenida Nevsky, com modernos celulares e equipamentos eletrônicos, é até fácil esquecer o que esta cidade já atravessou, afinal, para olhos desavisados, São Petersburgo é semelhante a tantas outras cidades grandes e bonitas do mundo. Mas, conhecendo melhor sua história, entende-se bem a importância que este povo dá a cada novo dia.

Entre as recordações que trouxemos de São Petersburgo vieram chocolates deliciosos, bonequinhas Matryoshkas, reproduções dos famosos ovos de páscoa, e o irresistível e tradicional chapéu russo. Entre as recordações que não vieram na mala, mas no pensamento, trouxemos a admiração por este lugar, sua gente e sua história. 

 

 

 


Ovo de Fabergé, criado para o Tzar Russo.