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              |  | Manchester é famosa principalmente por duas razões: No  século 19 foi o principal pólo industrial do planeta, pois suas fábricas foram  decisivas para transformar a Inglaterra na primeira potência industrial da  época. Anos mais tarde, outro tipo de revolução trouxe o nome da cidade para os  jornais graças à revolução musical que saiu de seus bares e pubs e conquistou o  mundo. Nenhum outro lugar do mundo gerou tantas bandas de rock quanto. Entre muitos  prédios de tijolos vermelhos, canais, pontes e pubs, Manchester é um dos pólos  culturais mais importantes do Reino Unido.  |   
              
  
    | Incluímos Manchester em nosso roteiro porque, num país  pequeno como a Inglaterra, nada é longe demais, e estávamos passando bem perto,  pela Motoroute M60, que liga o país de norte a sul. Nossa primeira impressão da  cidade não foi nada boa, pois chovia, estava frio e aquele típico clima  cinzento inglês não parecia em nada dar as boas vindas. Mas no dia seguinte,  caminhando pelo centro, é que pudemos ver que Manchester tem seus atrativos. O  belo prédio da prefeitura, na imagem ao lado, é um dos marcos mais conhecidos  da cidade e serve para referência para uma caminhada pelo centro.  |  |    
  
    |  | Entre as bandas de Manchester que surgiram para o estrelato  estão Oasis, Big Country, Take That, Barclay James Harvest, Charlatans,  Chameleons, Electronic, Ultravox, Happy Mondays, Hollies, Joy Division, Mike  & the Mechanics, Morrisey, Lisa Stanfield, Stone Roses, Smiths, 10CC, Simply  Red, New Order, Verve, James, Chemical Brothers, Inspiral Carpets, só para  citar alguns dos mais conhecidos. E o pub White Lion é apenas um entre as  dezenas de lugares onde, à noite, é possível ouvir uma imensa variedade de  novos talentos, e imaginar qual, dentro de algum tempo, estará estourando nas  playlists de todo mundo.  |    
  
    | Mas os atrativos da cidade não se limitam à música. Outra  marca registrada de Manchester é sua vasta rede de canais, construídos a partir  de 1759 para facilitar a chegada do carvão, na época considerado como ouro  negro, e que seria o grande responsável pelo surgimento de inúmeras indústrias  na cidade, dando início ao período conhecido como "Revolução  Industrial". Cinqüenta anos após a inauguração do Bridgewater Canal,  o primeiro de todos, a cidade já tinha se tornado o centro de uma rede de  canais que interligava todo o centro da Inglaterra, atingindo até o Mar da  Irlanda e Mar do Norte. Hoje em dia sua importância econômica não é tão grande,  mesmo assim eles continuam dando um certo ar de "Veneza", a esta  cidade Inglesa. |  |    
  
    |  | E por falar em canais, carvão, indústrias, etc, você sabe o  que foi a Revolução Industrial? Não, não foi nenhuma batalha entre fábricas,  como pode parecer. Este nome é usado para designar o momento da história em que  as ferramentas manuais passaram a ser substituídas pela máquina. Até então as  indústrias eram todas manuais, ou seja, os bens eram produzidos "a  unha", como se diz, e as empresas em geral tinham produções em pequena  escala, limitadas ao seu ritmo pessoal de seus empregados.  |  O que possibilitou esta mudança foi, em resumo, a chegada da  energia a vapor. Movidas pelo carvão, máquinas a vapor de todos os tamanhos  permitiram uma produção muito maior e mais rápida. Isto causou uma mudança  enorme na produção de bens de todos os tipos, geração de empregos, surgimento  de novas e poderosas indústrias e lucros. Ao mesmo tempo trouxe grandes  mudanças sociais, novos costumes, necessidade de deslocar pessoas de áreas  rurais para as cidades, de forma a atender a demanda de mão de obra. Era como  se a vida das pessoas tivesse virado de cabeça para baixo, ou como se uma  autêntica revolução tivesse acontecido. Nada mais natural então, que este  momento passasse a ser conhecido daí para a frente como "Revolução  Industrial". Infelizmente, junto com o desenvolvimento por ela  trazido, veio também a exploração desumana dos trabalhadores, num mundo onde  ainda não havia leis trabalhistas para protegê-los.   A Inglaterra foi o país precursor da Revolução Industrial.  Suas minas de carvão, o bem estruturado sistema de transporte deste mineral  através de canais, bem como sua excelente rede ferroviária, deram aos ingleses  a dianteira neste novo mundo movido a vapor. E cidades como Manchester tiveram  uma participação decisiva naquele momento, que foi o início do período áureo da  Inglaterra. 
  
    | O crescimento industrial da cidade durante o século 19  propiciou o aparecimento de muitas fortunas, e logo essa elite decidiu  construir uma cidade com ricos monumentos arquitetônicos, luxuosos prédios e  belos museus e jardins. A foto ao lado mostra Picadilly Gardens, parque situado  exatamente no centro, e ponto de referência para qualquer caminhada por  Manchester. Próximo a esta área estão diversos prédios que ilustram esta fase  de desenvolvimento, começando pela Town Hall, construção de 1887 em estilo  gótico. Outros prédios representativos deste período são Victoria University,  Memorial Hall e Reform Club.  |  |    
  
    |  | Vamos ser sinceros: Se um concurso fosse feito para escolher  a cidade mais bonita do Reino Unido, Manchester provavelmente não ficaria entre  as primeiras colocadas. Apesar do esforço feito no início do século para  transformá-la numa cidade de belos prédios, suas características de cidade  industrial do século 19 ainda podem ser vistas em diversos bairros. Somente nos  últimos anos, graças a um audacioso projeto de revitalização, Manchester parece  estar tirando o atraso, e novos e modernos centros arquitetônicos podem ser  vistos. Uma das regiões mais beneficiadas por esta renovação é Salford Quays,  junto às docas. |    
  
    | Dentre todas cidades inglesas Manchester é a terceira  colocada em número de turismo. Bem  servida de museus, os principais são o Manchester Museum, People's History  Museum, Urbis-The Museum of the City, e Platt Hall-Gallery of Costumes. A  área comercial principal está situada ao longo da Market Street, em torno da  qual encontram-se excelentes centros comerciais, como o shopping Arndale Center  e os mercados Market Centre e Market Place.  |  |    
  
    |  | Esta fotografia foi feita junto a um dos locais mais  interessantes da cidade, o Museum of Science & Industry. A engrenagem na  calçada é também um lembrete do que estas peças representaram para a Inglaterra  durante a revolução industrial. O museu, situado no local da antiga estação de  trens Liverpool Road, tem 15 setores, onde são apresentadas exposições sobre a  conquista espacial, eletricidade, sistema planetário, e surgimento e  desenvolvimento de Manchester, e conta também com grandes máquinas a vapor do  século dezenove.  |    
  
    | Não se iluda com a aparência sóbria dos prédios da cidade,  pois qualquer rua ou canto escondido pode abrigar uma autêntica oficina de som.  Se você assistiu ao filme 24 Hours Party People (A festa nunca termina), teve  uma boa idéia do que foi o selo Factory, e principalmente, do que é o mundo da  música em Manchester. O Factory já fechou, mas quem quiser ouvir música ao vivo  ou dançar tem muitas opções nesta cidade.  Entre os locais mais lembrados para ouvir rock & pop estão o Band on  the Wall (Swan Street), Manchester Boardwalk (Little Peter Street),  Horse & Jockey Pub (Bell Lane), The Maple Tree Pub (Bowfell Road) ou Rockworld (Oxford Road). Quem prefere Jazz & Blues  pode ir ao The Blues Club (Bernard Street), Matt & Phred's Jazz Club (Oldham Street) ou The Britannia (Wash Brook). Mas  antes de ir é aconselhável conferir datas e horários. |  |    
  
    |  | Sem querer filosofar muito, pode-se até imaginar que as  pessoas daqui, por morarem num lugar, digamos, com pouca coisa para fazer  depois do trabalho, começaram a matar o tempo se reunindo para tocar  música em bares e pubs, o que acabou levando ao surgimento de tantas bandas excelentes.  Seja como for, uma visita à mais importante cidade de Lancashire é sempre interessante.  Nem que seja apenas para entrar num pub e ouvir um grupo de iniciantes  desconhecidos tocar. Mas guarde bem o nome desta banda, porque daqui a alguns  anos, quem sabe...?  |      
  
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