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Kansas City não é um destino turístico como Orlando, ou cultural como New York, nem desafiadora como Los Angeles ou brilhante como Las Vegas. Também não é localidade de esportes de inverno, verão, aquáticos ou montanhismo. Então qual é sua graça? Bem, talvez seja justamente a de ser uma cidade americana normal, nem grande nem pequena, nem bonita nem feia. Apenas um exemplo de cidade comum do interior do país, e por isso mesmo um bom lugar para quem quer conhecer o autêntico coração dos Estados Unidos e de quem vive naquela parte do país. Kansas City, pode-se dizer, é o próprio Heartland of America. Na foto aérea ao lado, uma vista em primeiro plano da Central Station, e ao fundo, o centro da cidade.

   

Apesar do nome, a parte principal de Kansas City não está localizada no estado de Kansas, e sim no Missouri. Como fica bem na divisa entre os dois estados, existem duas Kansas City, uma em cada estado. Na prática, a diferença é imperceptível. Porque visitamos Kansas City? Porque ela estava em nosso caminho. Assim, decidimos permanecer dois dias inteiros em Kansas City para conhecer de perto, uma típica cidade do interior, não qualquer uma, mas aquela que é considerada a típica cidade típica, representante das mais puras e autênticas tradições de um país continental, com tantas diferenças aparentes e outras nem tanto, que quase sempre não conseguem ser percebidas quando uma viagem limita-se a pontos turísticos tradicionais. Ao lado, foto de rua central numa manhã de terça feira.

 

A cidade é limpa, com um centro de pouco movimento, transito relativamente tranqüilo, pessoas pouco acostumadas a turistas de outros países, e que geralmente se surpreendiam quando dizíamos que éramos brasileiros, e quase sempre nos perguntavam, em tom de surpresa: O que vocês vieram fazer em Kansas City??

Kansas City não tem, já sabíamos disso, muitos atrativos turísticos. Uma das poucas atrações da cidade, sempre lembrada, é o Arabia Steamboat Museum (400 Grand Boulevard), antigo navio que fazia rotas pelo rio Missouri e naufragou em 1856. Em 1988 foi recuperado do fundo do rio e transformado em museu, onde acontecem exibições de antigas armas, mantimentos e outros objetos utilizados quando ainda navegava. 

 

Outro destaques de Kansas City, ao sul do centro, é o prédio da Union Station, uma das mais importantes estações ferroviárias do país antes do avião se firmar como principal meio de transporte. Abandonada por anos, foi graças a uma reforma ocorrida nos anos 90 que o prédio voltou a sua antiga glória, agora como um conjunto formado por centro cultural, museu, restaurantes, parque, e sim, também estação de trens que atende ao terminal da Amtrack. Está localizado na Main Street 2300, bem próximo do shopping Crown e do Liberty Memorial.

Esta parte da cidade tem simpáticos restaurantes com mesas nas calçadas e quem tiver interesse em conhecer mais de parto a formação da cidade pode aproveitar para ir até o Kansas City Museum (3218 Gladstone Boulevard), onde exposições audiovisuais contam tudo sobre esta região, desde os tempos em que era habitada somente pelos índios da etnia Osage.

Ao lado, uma imagem feita na entrada da prefeitura de Kansas City.

 

Kansas City gosta de ser lembrada como Fountain City, e o pessoal daqui diz que de todo o planeta esta é a cidade com o maior número de fontes, só perdendo para Roma, mas sinceramente não deu para perceber onde estavam todas estas fontes. A região conhecida como The Plaza é uma das mais agradáveis, tanto para seus moradores, com para turistas. È formada por diversas construções em estilo hispânico, lembrando as antigas missões construídas dos anos 1700, acrescidas de elementos de arquitetura clássica francesa e americana. O conjunto é entremeado por fontes e estátuas, e que em seu conjunto conseguiram formar uma atmosfera agradável e harmoniosa. Fica localizado ao sul da cidade, próximo ao bairro de Westwood Hills.

 

Ao lado, imagem do Liberty Memorial, o principal monumento da cidade. Construído em 1919, este conjunto dominado por uma coluna de 70 metros de altura foi erguido em homenagem aos combatentes mortos na primeira guerra mundial. Na base existem dois pequenos museus, onde aquela guerra e suas vítimas são lembradas. Mas o melhor da visita é pegar o elevador até o topo da torre, de onde se tem uma boa visão da cidade. Está situado em 100W 26th Street. Estranhamente, ao que consta, é um monumento muito pouco visitado.

 


Ao lado, um recanto do Plaza, o principal point da cidade. Na prática, o Plaza é ponto de encontro de jovens e turistas e lá estão diversos restaurantes, bares com música ao vivo, galerias de arte, cinemas, lojas pequenas e grandes oferecendo desde coisas do dia a dia até produtos típicos e artesanato local. É de longe, uma das mais agradáveis visitas a serem feitas em Kansas City. À noite o local costuma ser enfeitado com luzinhas coloridas, que dão um clima de festa ao bairro. O único senão é que nem sempre é fácil encontrar um bom lugar para estacionar, mas vale a pena insistir e ficar rodando até aparecer alguma vaga, pois é uma região que não pode deixar de ser explorada.

 

Outro ponto que pode ser incluído num roteiro turístico pela cidade é o Kansas City Fire Museum, museu do corpo de bombeiros da cidade, onde estão diversos daqueles antigos carros puxados a cavalo do século 19, que aparecem nos filmes do oeste. Também interessante é uma visita ao City Market (esquina de 5th e Main Street, próximo ao Arabia), prédio de 1850 onde mais de 150 expositores vendem frutas, legumes e artesanato. Quando estivemos lá era Halloween, e abóboras se empilhavam às centenas em todo lugar.

E se seu caso é fazer umas comprinhas na cidade pode ir direto no  Oak Park Mall (o melhor mall da cidade), ou então no Legends Outlet, ou no Zona Rosa.

 

Os moradores da cidade têm orgulho em contar que Walt Disney iniciou sua vida profissional aqui, freqüentando a escola de arte de KC, onde teria feito seus primeiros trabalhos de animação. Outras informações que nos transmitiram foi que a cidade é o segundo mais importante hub ferroviário do país e que KC é famosa também por seus churrascos (barbecues, como dizem os americanos). Uma das especiarias gastronômicas da cidade são seus famosos churrascos de costelas defumadas, bem temperadas e servidas com molho de tomate, vinagre, açúcar, e páprica (!). Segundo contam por aqui Kansas City é a capital mundial dos churrascos. Não deu pra acreditar.

Na foto ao lado a fachada da biblioteca de Kansas City, reproduzindo lombadas de livros.

 

As quatro torres da foto ao lado constituem um dos monumentos mais visíveis da cidade, e com certeza um dos mais fotografados. Não por sua beleza arquitetônica, certamente, mas, imaginamos, apenas devido a ausência de outros ícones arquitetônicos a serem fotografados em Kansas City. São formadas por colunas com 14 metros de altura, tendo na parte superior esculturas de metal, e embora os habitantes de Kansas City aparentem se orgulhar desta obra, para nós elas lembravam um mal sucedido casamento de chaminé com antena de televisão. Na realidade, os monumentos são pilares que sustentam o imenso Bartle Exposition Hall. De acordo com o projetista, o design das colunas foi inspirado nos prédios estilo Art Deco do centro da cidade.

 

O pavilhão Bartle Hall costuma abrigar eventos diversos, como convenções, shows, festas, etc. Se você estiver passando pelo centro da cidade, verá que é impossível não ver suas torres, mesmo porque ficam ao lado da principal auto-estrada que corta o centro. Mas, ao que consta, elas não são uma unanimidade, e mesmo tendo sido inauguradas em 1994, até hoje, muitos moradores de Kansas City ainda não se acostumaram com sua arquitetura tão original.

 

Kansas City tem, no entanto, um local que merece ser visitado, se seu objetivo é ver toda a cidade.  Basta ir ao prédio da prefeitura (City Hall) e tomar o elevador até o mirante localizado no trigésimo andar. Foi lá que fizemos a foto ao lado. Também construído em estilo Art Deco, o prédio da prefeitura data dos anos 30, período da grande depressão, mesmo assim foi inteiramente decorado com mármores trazidos da França e Itália. De seu mirante pode-se ver muito longe, desde as águas escuras do rio Missouri, ao norte, até as imensas planícies do Missouri e Kansas, ao sul. Foi uma agradável despedida para uma cidade nem bonita nem feia, nem grande nem pequena, mas que soube cativar a gente justamente por ser apenas normal, um lugar do dia a dia, o próprio Coração da America.

 


Bandeira de Kansas City