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Por muito tempo Salt Lake City mexeu com nossa imaginação sem que houvesse uma razão especial para isso além de seu próprio nome, Cidade do Lago Salgado. Aquele era um nome bonito, e ao mesmo tempo curioso. Que lago seria aquele, que além de salgado serviu para nomear uma cidade? Até que um dia resolvemos incluir o lugar num roteiro pelo oeste americano. Ao final de dois dias, estávamos conquistados por Salt Lake, a tal ponto que, alguns anos depois, voltaríamos para uma segunda visita. Nesta página estão algumas informações sobre o que vimos na cidade do lago salgado. Ao lado, imagem do centro e das montanhas que tornam Salt Lake famosa pela prática de esportes de inverno.

   

Na ocasião de nossa primeira visita já sabíamos que a cidade é uma das mais procuradas no país quando o tema é Esportes de Inverno. Mas não sabíamos de outra importante característica sua, esta muito mais visível para qualquer visitante: Ela é a capital da religião mórmon. Na prática, Salt Lake é para esta religião o que Roma é para os católicos. Foram os mórmons que, fugindo da perseguição religiosa, vieram para cá, fundaram a cidade e praticamente ergueram tudo que aqui hoje encontramos. Ruas, templos, atrações, cinemas, referências, trabalho, praticamente tudo em Salt Lake remete aos mórmons. E é preciso reconhecer que eles fizeram um bom trabalho. Salt Lake é um lugar bonito, limpo, e que sabe receber muito bem seus visitantes.

Dominando toda a cidade, no alto de uma colina encontra-se o prédio do State Capitol (congresso estadual), logo atrás da estátua do chefe índio Massasoit, alí colocado para homenagear os primeiros moradores do estado. No primeiro dia em Salt Lake fomos almoçar num shopping do centro, e por acaso encontramos uma brasileira, trabalhando no restaurante. Logo começamos a conversar, nós querendo saber coisas daqui, e ela querendo novidades do Brasil. Considerando que não estávamos na temporada de esqui, sua primeira pergunta foi um retrato da influência mórmon nesta cidade: "O que vocês vieram fazer aqui, vocês são da igreja?". Realmente é impossível não perceber que, tirando a neve, quase tudo que acontece em Salt Lake está relacionada a esta religião. A começar pelas roupas, mais recatadas que a média encontrada nas outras cidades americanas, o que nos chamou a atenção ao caminhar pelas ruas. Saias longas, homens de camisa de mangas cumpridas, nada de corpos à mostra, este é o estilo predominante.

 

Depois, ao visitar o prédio mais alto da cidade, descobrimos que ele também foi construído pelos Mórmons, e logo que chegamos uma simpática irmã se ofereceu para nos acompanhar até o mirante e nos mostrar os pontos mais importantes da cidade, e falar sobre a participação dos mórmons em sua construção. Ela perguntou de que país éramos, e quando dissemos que vínhamos do Brasil, logo chamou outra irmã, que falava português perfeito, para nos acompanhar, dar informações sobre a cidade, sua história, a saga dos mórmons, suas dificuldades ao se estabelecer na região, e suas conquistas. Apontou com orgulho legítimo para o magnífico tempo erguido no coração de Salt Lake, na Temple Square, e nos sugeriu que não deixássemos de ir até lá, além de fornecer diversas outras dicas, sempre educada e de bom humor.

 

Na foto ao lado vê-se o centro da cidade, com destaque para o prédio que nos referidos acima, o Church Office Building, que tem um ótimo mirante de observação no andar 26. É fácil perceber que Salt Lake é cercada por montanhas, onde, entre fins de novembro e início de maio, praticamente todos tipos de esportes de inverno são praticados. Não era inverno em nenhuma de nossas duas visitas à Salt Lake, e mesmo tendo visitado a cidade no mesmo mês (setembro) nas duas ocasiões, pegamos temperaturas muito diferentes. Da primeira vez muito sol e temperaturas na faixa dos 25 graus. Na segunda vez, tempo cinza e temperaturas oscilando entre 10 e 15 graus.

 

Para quem quer passear pela área urbana, sugerimos começar assistindo o filme Legacy, a Mormon Jorney, produzido sob encomenda e permanentemente em exibição no Joseph Smith Memorial Building, no centro. Essa produção de 53 minutos traça a história da saga Mórmon na conquista das terras selvagens e da fundação de Salt Lake. Não fica nada a dever aos sucessos de Hollywood, e além de tudo é grátis.

Interessados na religião Mórmon devem visitar também o Museum of Church History and Art, que faz uso de diversos recursos para ilustrar e relatar a história da chamada 'Restauração', e seu legado espiritual e cultural. Depois vá até o Pioneer Memorial Museum, onde estão roupas, móveis, fotos, brinquedos e toda uma série de objetos pessoais mostrando como era a vida dos primeiros colonizadores de Utah.

Na foto ao lado, o gigantesco símbolo da universidade de Utah, pintado na encosta de um dos morros que circundam Salt Lake City. Entre os estudantes, a Universidade de Utah é conhecida como "U of U".

 

Ao lado, imagem do templo Mórmon situado no coração da Temple Square, praça de 10 hectares, centro geográfico e espiritual da cidade. Nela estão os mais importantes prédios mórmons, com destaque para o próprio templo. O belo prédio foi construído entre 1853 e 1893 e infelizmente apenas mórmons são autorizados a visitar seu interior. No entanto, a entrada é permitida a todos nos prédios vizinhos do Tabernacle e Assembly Hall.

Grupos religiosos de outros países são diversos por aqui, e turistas que estejam por conta própria serão igualmente bem vindos, não importando sua religião. Geralmente ao chegar nos perguntam de onde somos e se gostaríamos que alguém nos acompanhasse na visita. Se a resposta for sim, em pouco tempo um voluntário religioso, falando nossa língua, chegará para nos acompanhar aos locais abertos à visitação pública.  

A praça Temple Square tem também seu Visitors Centers, onde se pode apreciar diversas imagens do interior do templo, assim como pinturas, murais e inscrever-se em tours oferecidos em várias línguas, pelas irmãs voluntárias. 

 

Não deixe de conhecer também o lago de água salgada - Great Salt Lake - que dá nome à cidade, situado 25 km ao norte da cidade. Com 150 km de comprimento e 80 km de largura e bem próximo às montanhas que cercam a cidade, este é um dos pontos mais bonitos da região. O curioso sobre este lago é sua grande concentração salina (contam que este é o segundo mais salgado lago do mundo), o que serviu para nomear o mesmo, bem como a cidade, mas ao mesmo tempo impediu a existência de praticamente qualquer vida aquática.

Ao sul da cidade está um exemplo ainda mais dramático deste lado agreste da natureza, o Bonneville Lake, totalmente seco e agora transformado numa planície lisa e salgada. 

 

Fizemos esta foto a partir do mirante do prédio mais alto da cidade. Ao fundo vê-se o prédio do Capitol, o mesmo que aparece na segunda foto da página. Como se pode contatar, Salt Lake é uma cidade onde o verde predomina, ao menos fora dos meses frios de inverno, quando tudo fica branco.

Quem quiser explorar por conta própria este cenário verde e entrar em contato com a natureza tem a opão de visitar Bald Mountain, um dos morros que rodeiam a cidade, e onde podem ser alugadas bicicletas para quem tem pernas fortes. Lá também existem diversas trilhas para serem percorridas a pé, com diferentes graus de dificuldade e inclinação.

 

Ao lado, imagem feita na principal avenida de Salt Lake. Algumas de suas mais famosas atrações durante os meses de verão são o Utah Arts Festival, que acontece em fins de junho, trazendo diversas competições no campo das artes, culinárias e produtos locais. No Dia dos Pioneiros, 24 de julho, os primeiros colonizadores mórmons são lembrados com desfiles, rodeios e festivais de música. E como todos estados americanos, Utah também tem sua State Fair, comemorada no fechamento do verão, em setembro, e trazendo shows, paradas, competições e muitas barraquinhas de pratos típicos.

Quem gosta de caminhar também vai encontrar diversas boas opções, com as trilhas que fazem parte da chamada Mormon Pioneer National Historic Trail, seguida por milhares de mórmons por ocasião de sua vinda para esta região, fugindo das perseguições religiosas que enfrentavam no leste do país. Outra boa alternativa para longos passeios é ao longo da Pony Express National Historic Trail, trilha seguida pelo histórico Pony Express, o famoso correio a cavalo que atravessava o país de um lado a outro.

 

De acordo com a crença Mórmon, em 1820 um anjo chamado Moroni surgiu para Joseph Smith, fazendeiro de New York e lhe revelou, numa língua antiga, a Palavra de Deus, lhe indicando onde estariam escondidas as escritura sagradas. Conta-se que Joseph levou dez anos traduzindo estas revelações, e as publicou em 1830, no sagrado Livro Mórmon. Este livro tornou-se base da religião, cujo nome oficial é The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints ou Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Como a cidade foi fundada por eles, quase tudo aqui tem origem também mórmon, inclusive uma das mais tradicionais empresas da cidade, a ZCMI (Zions Cooperative Mercantile Institution), que ocupava a maior parte do shopping ZCMI Center Mall. Mas a empresa foi vendida e os shoppings demolidos em 2008 para dar lugar a um novo projeto.  Agora, quem quiser fazer boas compras em Salt Lake City vai estar muito bem servido nos shoppings Fashion Place Mall e Valley Fair Mall.

 

Imagem de típicas residências de Salt Lake, situadas na colina localizada atrás do Capitol. Esta é uma das áreas mais nobres da cidade, e quando passamos por aqui, um jovem morador nos viu fotografando e logo veio se oferecer para fazer uma foto nossa com a cidade ao fundo. De uma forma geral, os mórmons tem prazer em receber visitantes de outras terras, demonstravam sempre interesse quando dizíamos que éramos do Brasil, e em conversas nos afirmaram que, de acordo com as escrituras sagradas mórmons, o Brasil é uma terra especialmente abençoada por Deus.

 

Se você gosta de uma cervejinha ou vinho não perca tempo indo ao supermercado para comprar. A religião mórmon não vê com bons olhos o consumo destas bebidas. Tanto em Salt Lake City como em todo estado de Utah bebidas alcoólicas não são vendidas em supermercados. Quem estiver à procura destes produtos e não deseja ir a um restaurante deve ir até uma Liquor Store, que são estabelecimentos autorizados por lei a vender estes produtos. Como eles fecham às 22 horas quem quiser sua cervejinha é bom não deixar para a última hora. E deve ser maior de 21 anos. A propósito, café e chá também são bebidas desaconselhadas pelos princípios religiosos locais. 

Algumas sugestões de áreas para entrar em contato com a natureza local: Memory Grove Park, um dos mais agradáveis parques da cidade e Oregon National Historic Trail, trilha utilizada pelos desbravadores do oeste americano, agora transformada em local histórico.

Ou então experimente um local diferente e onde se pode aprender sobre a história de Utah: This is the Place Heritage Park, recriação de uma típica vila mórmon, tal como elas eram na metade do século 19. Super interessante.

 

A Bingham Canyon Mine, também conhecida como Kennecott Copper Mine, explora uma imensa jazida de cobre, situada a cerca de 40 km ao sul de Salt Lake. É a mais profunda mina a céu aberto do mundo, operada pela Kennecott Utah Copper Corporation, e está em operação desde 1906. A imensa cratera nunca para de crescer à medida que o cobre vai sendo extraído, mede cerca de 1,3 km de profundidade e 4 km de extensão, mas é provável que como as escavações nunca param, ela esteja hoje ainda maior e mais profunda. Em 1966 o local recebeu o status de Monumento Histórico Nacional. Não é permitido aos visitantes descer ao fundo do buraco, nem percorrer a aparentemente infinita estrada em espiral que sai da borda e segue até o fundo da mina, mas nem seria preciso, pois a vista para quem chega e observa o conjunto do mirante, é impressionante, e perto daquele lugar gigantesco, nos sentimos como minúsculas formiguinhas.

 

A estrada que conduz à mina é boa, e quanto mais perto chegávamos, mais o frio parecia aumentar. Em cerca de 45 minutos chegávamos às placas que dão as boas vindas ao local, e logo tivemos a impressão que estávamos entrando em outro mundo. O primeiro impulso, logo depois de estacionar, é ir até o mirante de observação, de onde se tem uma visão de toda área, e a vista era realmente de impressionar. Tudo à nossa frente era imenso, gigante, árido, cinza e sem vegetação. A terra cortada, revirada e explorada pelo homem. Na mesma hora nos veio à cabeça um pensamento: Que crime contra a natureza!

Todo aquele cenário, acrescido do vento cortante, a chuva miúda e a temperatura de 5 graus nos davam a impressão de estarmos frente a um portal para outro planeta. Lá embaixo, caminhões imensos, que vistos de onde estávamos pareciam ridículas miniaturas, circulavam lentamente, carregando o minério. Pouco adiante, no Visitors Center, há uma loja com aquecimento, oferecendo lembranças, bonés, camisetas e outros artigos procurados por turistas, além de uma pequena lanchonete. No final, tivemos que concordar com os moradores de Salt Lake, o lugar é mesmo impressionante e também o recomendamos a quem visitar a cidade. Ao lado, foto de Regina junto a um dos pneus usados pelos caminhões da Bingham Canyon Mine

Vídeo: Visitando Salt Lake City

Vista do centro da cidade em imagem feita a partir de colina situada atrás do Capitol. Já estivemos duas vezes nesta cidade, não era inverno e nem somos mórmons. Por isso sempre nos lembramos da pergunta bem humorada da brasileira que encontramos por acaso na cidade: O que vocês vieram fazer aqui? Na verde, nas duas ocasiões estávamos, bem ao nosso estilo de viajar, percorrendo a America, procurando ver um pouco de tudo, e nenhuma visita a esta parte do país estaria completa sem Salt Lake no roteiro. Ela é uma cidade onde negócios, costumes e leis estão intimamente relacionados aos princípios religiosos mórmons, e isto pode ser bom ou mal, dependendo da forma como cada um pensa. Mas a verdade é que nós gostamos de Salt Lake, ela se mostrou uma cidade organizada e que recebe bem seus visitantes.

 

Beautiful Zion, built above; Beautiful city that I love;
Beautiful gates of pearly white; Beautiful temple, God its light;
He who was slain on Calvary Opens those parly gates to me.
Zion, Zion, lovely Zion; Beautiful Zion; Zion, city of our God!

Beautiful heav'n, where all is light; Beautiful angels clothed in white;
Beautiful strains that never tire; Beautiful harps thru all the choir;
There shall I join the chorus sweet, Worshipping at the Savior's feet.
Zion, Zion, lovely Zion; Beautiful Zion; Zion, city of our God!

 


Anjo mórmon Moroni e sua trombeta