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"Alabama, nós ousamos defender nossos direitos" Isto é o que consta gravado no marco em pedra existente numa das divisas estaduais. Apelidado de Heart of Dixie, o nome faz referência a localização central do Alabama em relação aos estados sulistas (Dixieland) que decidiram separar-se dos Estados Unidos em 1861, fato que originou a guerra civil americana. Com uma história tumultuada, batalhas contra índios, guerra civil, conflitos raciais, ainda assim, o Alabama de nossos dias não demonstra muitos sinais visíveis de seu passado tumultuado.

Em termos turísticos o Alabama tem bastante para ser visto, desde o litoral sul até os campos centrais e as montanhas do norte, tudo temperado com um sabor sulista de muita personalidade, tanto no sotaque de seus habitantes como no orgulho Dixie, que mesmo 150 anos após a disputa entre os estados do norte e sul, ainda parece estar presente em muitos lugares e símbolos. Com certeza não é um estado que se destaca entre os que mais atraem turistas, mas para quem quiser conhecer aspectos diversos da America, esta é uma visita diferente e interessante, como constatamos.

   

Percorremos o estado de norte a sul, e fomos parando pelo caminho nas principais cidades, alguns pequenos lugarejos e atrações turísticas, como sempre mesclando estradas principais com vias secundárias. A imagem ao lado foi feita na praça Linn, situada no coração de Birmingham, a maior cidade do Alabama. Embora não seja muito conhecida fora dos Estados Unidos, Birmingham é uma cidade que impressiona praticamente todos que passam por lá. Limpa, com ruas arborizadas e prédios modernos, ela é um excelente cartão de visitas do estado. O dia de nossa visita dia caiu num sábado, por acaso dia de uma manifestação pela conscientização contra o câncer de mama. Como parte dos festejos houve uma prova de corrida, shows de música e eventos diversos, com grande participação popular. 

Paralelamente às comemorações em Birmingham, presenciamos também algumas divergências por aqui. A condição de principal potência militar do planeta traz bastante divisão de opiniões entre a população local e há os que pensam que o país tem uma postura excessivamente colonizadora e deveria deixar de envolver-se em tantas guerras, e há os que acreditam que o país é o defensor global da democracia, e que sua política externa está no caminho certo. Tivemos chance de testemunhar passeatas contra e a favor as duas posições, mas como turistas, claro, não nos manifestamos em nada, e ficamos só observando.

Ao lado, outra foto de Birmingham. O melhor ponto para se ter uma boa vista da cidade, e de onde foi feita esta imagem fica no alto de uma colina ao sul, onde está situada a Estátua de Vulcan. O monumento, ao que consta, é a maior estátua em ferro do mundo, mas, para nossa decepção, é de um mau gosto assustador. Bem mais agradável visualmente, e estas sim, vale a pena serem visitadas, são as grutas conhecidas como Desoto Caverns, situadas a 50 km de Birmingham, próximo à cidade de Childersburg. Elas são uma das mais antigas cavernas descobertas nos Estados Unidos e serviram como moradia de nativos desde a pré-história.

 

Ao lado um detalhe da fachada do cinema Alabama, situado na parte antiga da cidade de Birmingham. Seu período dourado foi durante os anos 40, e hoje ele não é mais páreo para os modernos complexos com 16 ou 20 cinemas dotados de modernos recursos tecnológicos que existem na cidade. Mesmo assim foi preservado por sua importância histórica, e geralmente durante os fins de semana apresenta shows ou festivais de música ao vivo. Um dos pontos mais agradáveis da cidade situa-se no trecho conhecido como Five Points, onde estão lojas de antiguidades, bares e restaurantes com mesinhas nas calçadas. Outras atrações turísticas que valem a  pena visitar por aqui são a Saint Paul Cathedral, no centro da cidade e o Temple of Sibyl, réplica de templo romano. E se tiver um tempo sobrando, visite o Alabama Jazz Hall of Fame, onde são homenageados os grandes nomes do Jazz.

As melhores áreas comerciais de Birmingham estão situadas ao sul, ao longo da Florida Short Route. Lá estão uma Super Target e diversas outras super lojas. Seguindo mais para o sul pela estrada I-459 chega-se ao River Chase Galeria, outro ponto sempre lembrado na cidade para boas compras.

 

Ao sul de Birmingham situa-se Fort Conde, sul do Alabama. Esta cidade fica bem próxima ao litoral do estado, no pequeno trecho onde o Alabama é banhado pelo mar. Devido a esta localização, toda área foi muito freqüentada por conquistadores franceses durante os séculos 17 e 18. O forte ao lado foi construído por eles a partir de 1702. Ao longo do tempo foi muito danificado e quase desapareceu, mas o governo estadual, consciente de sua importância histórica, reconstruiu a fortaleza de acordo com as plantas originais, e atualmente ele se transformou num dos pontos turísticos mais importantes do sul do Alabama.

 

Ao lado, uma foto tomada na capital do Alabama em Montgomery, desde 1846 a capital estadual.  O prédio branco ao fundo faz parte do complexo administrativo estadual. Montgomery é uma cidade pequena, e como nossa passagem por ela aconteceu num domingo, quase não vimos ninguém pelas ruas. Em 1849 a cidade foi totalmente destruída pelo fogo, e reconstruída a partir de 1851. Durante a guerra civil americana, Montgomery foi a primeira capital da nova nação formada pelos estados do sul, conhecida como Confederate States of America e sob a presidência de Jefferson Davis.

 

Como um dos mais importantes estados sulistas, o Alabama era famoso pela produção de Algodão. Suas antigas fazendas, ou Plantations, eram o endereço das famílias ricas e influentes do estado. Depois da guerra civil tudo mudou, mas ainda hoje muitas destas residências podem ser visitadas. A da foto ao lado é Bellingrath Gardens, que até o início do século passado era conhecida por Bellcamp. Em 1946 a propriedade foi restaurada e hoje em dia o local está aberto à visitação, permitindo aos turistas apreciarem o esplendor original de sua arquitetura e jardins, recordações de um tempo distante, quando o Alabama era uma potências econômicas do sul americano. 

 

Quem estiver seguindo pela estrada 31, próximo à cidade de Cullman, deve aproveitar para visitar a Ave Maria Grotto. Neste lugar, junto ao único mosteiro Beneditino do Alabama, o irmão Joseph Zoettel construiu uma cidade em miniatura. Aproveitando todo tipo de material que encontrava, pedaços de azulejos, tubos de borracha, sobras de metais, ele trabalhou durante setenta anos de sua vida e conseguiu um resultado que pode ser considerado quase como milagroso. Lá estão representadas igrejas, torres e locais bíblicos, entre mais de 125 pequenas obras primas, demonstrando que nenhum material é pequeno demais para ser aproveitado quando se tem criatividade e determinação.

 

Ao sul do estado situa-se a Baía de Mobile, região banhada pelo Golfo do México. O trecho litorâneo do Alabama é relativamente pequeno, e está compreendido entre os litorais dos estados de Louisiana e Florida, mas as praias da região não ficam nada a dever aos estados vizinhos. É uma região de areias brancas e mar azul com águas quentes. A mais famosa atração de Mobile, depois do próprio litoral, é o USS Alabama, navio de guerra com 680 pés de comprimento e que após encerrar sua carreira na segunda guerra mundial foi transformado em museu e memorial, permanentemente atracado nas docas de Mobile.

 

Embora não seja muito conhecido por este motivo, o Alabama teve uma participação importante na corrida espacial, e seus moradores lembram isto com orgulho. A foto ao lado foi feita ao lado de um foguete Saturno, semelhante ao que conduziu os astronautas à lua, e que eram construídos na cidade de Huntsville. Este exemplar foi colocado em exibição no centro de recepção turística junto à divisa com o estado do Tennessee, próximo a Huntsville e a foto mostra a parte inferior do foguete, onde estão seus propulsores.

Por outro lado, quem estiver interessado na vida dos primeiros moradores do Alabama deve incluir o Oakville Indian Park e Museum em seu roteiro. Situado na cidade de Decatur, poucos quilômetros a oeste de Huntsville, lá estão em exibição uma diversidade de objetos da civilização índia Cherokee.

E ao norte do estado vale visitar, na cidade de Athens, a Donner House, histórica mansão de 1851 e também, não muito distante, a William Bankdhead National Forest, uma das áreas verdes mais bonitas do estado, com diversos lagos e pinheiros.

Após a guerra civil, a recuperação econômica do Alabama, assim como de todos estados sulistas, ocorreu lentamente. No estado, ela foi impulsionada em parte pela descoberta de grandes jazidas de ferro na parte central do estado e pelo estabelecimento de indústrias de produção de aço próximas à cidade de Birmingham, fundada em 1871.

 

A pequena Tuscumbia, ao noroeste do estado, também tem uma atração interessante, o Alabama Music Hall of Fame, museu dedicado aos grandes nomes da música country , particularmente aos do sul do país. Sua entrada é na forma de uma imensa Juke Box. Por aqui, vale visitar também Tannehill State Park (imagem ao lado), uma reserva ambiental onde estão preservadas usinas onde era fabricado o aço utilizado pelas tropas do exército confederado durante a guerra civil.  E se tiver chance, inclua também a cidade de Tuscallosa em seu roteiro, pequena mas agradável. Em resumo, a impressão que o Alabama nos deixou é exatamente esta: A de um lugar que pode não ter muitas belezas fora de série, mas em compensação tem uma infinidade de recantos agradáveis e boas surpresas.

 

 


Bandeira do Alabama