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Junte um território alagado e pantanoso, em muitos trechos abaixo do nível do mar à uma cultura marcada por influências diversas e ricas. Acrescente uma gastronomia exótica, como em nenhum outro ponto do país, some a isto tudo um clima sujeito a chuvas (ou furacões ) e trovoadas, e o resultado não poderia ser diferente: O estado da Louisiana. Um lugar tão diferente do resto do país quanto seria possível imaginar.

Poucos estados Americanos tem uma história e tradições tão ricas quanto o da Louisiana. Começando ainda no ano de 1541, quando ocorreu a posse da região para a Espanha, depois a tomada pelos franceses, depois passando para o controle inglês, e ainda mais tarde a França de Napoleão Bonaparte, a República da Florida, um estado independente durante a guerra civil americana, após um Estado confederado e finalmente um novo estado americano. O próprio nome do estado foi dado em homenagem ao rei Luis da França. Tudo isto resultou numa variedade de costumes, influências e tradições diferentes de qualquer outro lugar dos Estados Unidos. 

A Louisiana não é um estado rico, e a já histórica tragédia causada pelo furacão Katrina mostrou para todo o mundo - inclusive para os americanos - que existem muitas diferenças sociais também no país mais rico do planeta. Em nosso trajeto por este estado atravessamos diversas nitidamente pobres, habitadas por pessoas humildes, com poucos recursos e vivendo até mesmo em embarcações precárias, no meio de terrenos alagados.

 

Ao mesmo tempo, as auto-estradas que cortam os alagados são impecáveis, e em certos trechos do estado formam uma autêntica via suspensa sobre o pantanal, numa sucessão de pontes aparentemente infindáveis. Estradas muitas vezes sem retorno, que seguem por dezenas de quilômetros sem retorno e sem sinal de civilização além dos carros que cruzam com a gente em sentido contrário. Em termos econômicos, Louisiana destaca-se pela agricultura, principalmente a produção de algodão, soja e açúcar. E como um estado à beira mar, também tem uma grande indústria pesqueira.

 

Ao lado, uma imagem típica do sul da Louisiana. Os passeios pelos swamps, como os americanos se referem aos pântanos, são um programa muito popular entre os turistas da região. Diversas companhias locais promovem passeios em barcos que percorrem estes trechos. Outro lugar que vale a pena ser visitado é Fontainebleau State Park, onde estão ruínas de antigos engenhos e suas Plantations. Próximo a New Orleans estão ainda diversos outros locais turísticos, como Fort Pike, construído depois da guerra de 1812 com o Canadá, visando proteger a cidade de invasões marítimas e o Lafitte National Historical Park, conjunto de parques retratando eventos e locais da história da Louisiana, como a batalha de New Orleans. 

 

Se é verdade que grande parte da Louisiana é coberta por pântanos como não existem em nenhum outro lugar dos Estados Unidos, também é verdade que em alguns outros aspectos ela é idêntica a qualquer outro lugar daquele país, como por exemplo nos Outlet Malls de beira de estrada. Quando você menos espera, no meio de uma estrada, longe de tudo, aparece um imenso mall de ponta de estoque. Estes shoppings são a melhor opção para quem quer encontrar produtos por preços bem abaixo dos praticados em shoppings de cidades, e na maior parte das vezes estão situados longe das áreas urbanas, como este que encontramos a caminho da cidade de Lafayette.

 

Como em quase todo sul do país, também a Louisiana era um estado agrícola, com mão de obra totalmente dependente dos escravos. Os grandes casarões eram o núcleo de suas Plantations, e pertenciam às famílias ricas, a elite econômica e política do estado. Tudo isso mudou com o fim da guerra civil, em 1865. Para conhecer com mais detalhes aquele período nada melhor que visitar uma destas Plantations, onde cultivava-se principalmente algodão. Estes casarões praticamente originaram as principais cidades do estado e muitas delas estão abertas a visitação, oferecem tours e diversas atrações interessantes. Uma das mais famosas Plantations da região é Laura Plantation, que tem entre suas atrações um museu dedicado a mostrar como era a vida na Louisiana antes da guerra civil.

 

Quase toda linha costeira da Louisiana é ocupada por terrenos pantanosos, que adentram dezenas de quilômetros terra adentro pelo estado. Em determinados trechos pode-se ver que foram construídos aterros,para regularizar o terreno e permitir a construção de residências frente ao mar.

Quem quiser conhecer o litoral da Louisiana, pode optar pelas pequenas localidades à beira mar, como Holly Beach ou Cameron, no sudoeste, ou então Port Fourchon, no litoral sudeste. A maior e mais conhecida do estado é New Orleans, que foi também a primeira capital estadual, até 1849, quando a sede do governo foi transferida para a cidade de Baton Rouge, onde permanece até hoje.

 

Ao norte da cidade de New Orleans situa-se Lake Pontchartrain, que apesar do nome não é um lago e sim uma laguna ligada às águas do Golfo do México. Com uma profundidade média de quatro metros, ela é um lugar de águas calmas. Na verdade o atrativo turístico da região não é tanto o lago, mas sim a ponte que o atravessa. Apoiada em nove mil pilares, ela é a maior ponte do mundo em extensão. Lake Pontchartrain está situado pouca coisa ao norte de New Orleans, e por ocasião da passagem do furacão Katrina, as represas do lago se romperam, inundando praticamente tudo em volta.

 

Se algum dia foi feito um bom negócio nos Estados Unidos, este negócio foi a compra do território da Louisiana, até então propriedade francesa. Veja ao lado um mapa atual do país e demarcado em verde o território que correspondia à Louisiana Francesa, no ano de 1803. A área total do território era de 2.140.000 quilômetros quadrados e o valor pago pelos Estados Unidos foi de quinze milhões de dólares, uma verdadeira pechincha concretizado pelo presidente Thomas Jefferson quem concretizou o negócio. Seus motivos eram principalmente estratégicos, pois até então França e Espanha disputavam o controle da região, e ele desejava afastá-los dali. Há no entanto, quem diga que o bom negócio no fundo foi da França, pois de qualquer maneira os Estados Unidos iriam se apossar da região (como fizeram com grande parte do território mexicano) e ao concordar com o negócio os franceses ainda foram embora com quinze milhões de dólares nos bolsos.

Na verdade foi a necessidade de financiar os exércitos napoleônicos que levou o ministro das Relações Exteriores da França, por instruções de Napoleão, a oferecer à América o território da Louisiana, pelo qual escoavam três oitavos da produção agrícola americana, registra o historiador Paul Johnson, em "Uma história do povo americano". "Jefferson mal podia acreditar em sua sorte". Imediatamente ele entrou em contato com os banqueiros, os quais detestava, para conseguir o dinheiro necessário. O negócio foi concluído a tempo de poder ser anunciado em 4 de julho de 1803, no vigésimo sétimo aniversário da declaração de independência americana. Naquele dia os Estados Unidos praticamente dobraram de tamanho da noite para o dia. De acordo com o livro de Johnson "Nunca antes ou depois na História houve tão extraordinária barganha territorial."

Um dos passeios turísticos mais procurados da parte sul de Louisiana é percorrer o rio Mississippi. O barco Creole Queen zarpa da cidade de New Orleans e é movidos a pás, conservando todas as características das antigas embarcações, e faz passeios de uma hora de duração pelas redondezas. Atualmente uma simples e gostosa atração turística, mas antigamente dezenas de embarcações como essa subiam e desciam o rio Mississippi, ligando o interior do país ao litoral.

 

Ao lado uma imagem da ponte conhecida como Pontchartrain Causeway, feita durante a travessia. Como é possível ver, não há lugar para estacionar ao longo da travessia. São trinta e oito quilômetros de comprimento, diretos, e a sensação é um tanto surrealista, como se estivéssemos passando por um comprido tapete estendido sobre um mar calmo e sem fim. Interessante, mas também um pouco entediante. Veja mais informações sobre o lugar no site The Causeway.

 

A capital da Louisiana é a cidade de Baton Rouge, mostrada ao lado, e seu nome já deixa claro a importância da colonização francesa nesta parte dos Estados Unidos (baton rouge, em francês, significa bastão vermelho). A cidade é um pouco eclipsada pela importância de New Orleans, situada a meia hora de carro, mas mesmo assim, para quem está passando por perto, recomenda-se entrar e conhecer alguma coisa da capital estadual. Nela, destacam-se o prédio Old State Capitol, que chegou a ser descrito pelo escritor Mark Twain como o prédio mais horroroso ao longo do rio Mississippi, o moderno Louisiana State Capitol (cantinho esquerdo desta foto), e o Louisiana Art & Science Museum, onde estão alguns tesouros do antigo Egito e exposições diversas. 

 

Ao lado uma imagem de uma das mais famosas regiões alagadas do estado, conhecida como Alligator Bayou, com área aproximada de setenta quilômetros quadrados, e situada próximo à Baton Rouge. Um passeio de barco por este mangues e alagados revela árvores com até setecentos anos de idade e raízes que ultrapassam a linha de água em quase dois metros, e onde tudo dá a impressão de ser ambientado em outro planeta. Diversas empresas organizam roteiros turísticos nesta região, em barcos, partindo principalmente da cidade de Prairieville, e este é um passeio que realmente vale a pena ser feito. 

 

New Orleans não é somente a cidade mais importante e famosa da Louisiana, mas também uma das mais conhecidas do país. E seu carnaval, conhecido aqui como Mardi Gras, é algo que atrai multidões para cá em fevereiro, e que não se compara a nenhum outro carnaval, em qualquer outro lugar do globo. Entre os americanos New Orleans é o lugar que, mesmo estando dentro do território americano, não parece Estados Unidos. Começando pela arquitetura e continuando pela cultura, música, culinária e uma inconfundível liberalidade de costumes. Tudo em New Orleans parece ser alegria, diversão e curtição.

Leia mais sobre esta cidade na página dedicada a New Orleans

 


Bandeira da Louisiana