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Arundel é um dos mais imponentes e conservados castelos da Inglaterra. Suas torres e muralhas, visíveis desde longe para quem se aproxima, já são um alerta que ali está algo muito especial. Sua construção foi iniciada em 1070, por Roger de Montgomery. Também ele era um dos fiéis colaboradores de William, o Conquistador. Em reconhecimento por sua ajuda, recebeu as terras a oeste de Sussex, assim como grandes extensões no País de Gales.

Nossa viagem a Arundel foi feita de trem. Neste dia saímos de Londres bem cedo, da estação Victoria, e em pouco mais de noventa minutos chegávamos à estação da pequena cidade de Arundel, de onde seguimos caminhando até a entrada do castelo, um trajeto de aproximadamente quinhentos metros.

A história deste castelo é antiga, e, começa em 1102, quando Robert de Belsema, irmão de Roger, uniu-se a outros nobres e organizou uma revolta contra o rei Henry I. Furioso, o monarca decidiu vingar-se, e ordenou que o castelo de Arundel fosse atacado. Seus defensores resistiram por três meses até serem obrigados a se render. Como conseqüência, Robert perdeu não apenas o castelo, mas também suas terras. O rei deu Arundel de presente para sua segunda mulher, Alice de Louvain. Alguns anos mais tarde, com a morte do rei, Alice casou-se com William d'Aubigny, um expert na construção de castelos, e que logo providenciou reforço das defesas de Arundel.

O castelo desempenhou papel fundamental na disputa pelo trono, ocorrida em 1139. O rei era Stephen, que logicamente não queria abrir mão da coroa. Sua oponente era Matilda, filha do soberano anterior, Henry. Quando ela chegou do exterior e reclamou seu direito ao trono começou a disputa. Perseguida por Stephan, ela refugiou-se em Arundel. O castelo mais uma vez foi atacado e tomado. Stephan continuou com a coroa, mas, num gesto político, permitiu que d'Aubigny continuasse como proprietário de Arundel.

 

Em 1243 chegava ao fim a linhagem dos d'Aubigny. Arundel passou então para a família Fitzalan, através do casamento de Isabel de Albini com John Fitzalan. Foi este quem adicionou uma grande muralha externa, e fortificou ainda mais a torre central. Os proprietários seguintes de Arundel, no entanto, não foram muito felizes em suas passagens pelo castelo.

Richard, o segundo Conde de Arundel, desgostou ao rei com suas atitudes e, em 1326, teve a má sorte de perder a cabeça, ou seja, foi decapitado. A seguir o castelo passou ao controle do Conde de Kent, o qual também acabou decapitado quatro anos depois. O novo proprietário, Richard, o 4o conde da linhagem Fitzalan, também terminou seus dias executado por ordem do rei Richard II

O proprietário seguinte, Thomas Fitzalan, não foi executado, mas acabou morrendo em 1415, acometido por uma das pestes que volta e meia assolavam a Inglaterra. Devido a esta sucessão de fatalidades, acabou chegando o momento em que, assim como os d'Aubigny, também os Fitzalans ficaram sem herdeiros para assumir o comando de Arundel. 

Graças então a um providencial casamento com uma das últimas herdeiras dos Fitzalans, a propriedade passou para Philip Howard, o Duque de Norfolk. Mas esta família também tinha o mau hábito de tramar planos contra os reis, o que, na época, não fazia muito bem à saúde. Henrique VIII, o soberano que teve seis esposas, foi um dos mais poderosos e controvertidos reis da Inglaterra. Impedido pelo Papa de casar mais uma vez, em 1536, reagiu com fúria. Aboliu a igreja Católica na Inglaterra e criou sua própria igreja, a Anglicana. O episódio causou muita reação no povo e no país, sendo que o avô do proprietário de Arundel, Thomas Howard, foi um dos maiores opositores a estas medidas de Henrique III.

Seu neto Philip, por esta razão, já tinha fama de pertencer a uma família de agitadores. A gota dágua foi quando recusou-se a obedecer ao rei e abandonar sua fé católica. Em 1547 foi preso e executado. Apenas recentemente, em 1970, ele seria canonizado pelo Vaticano, como reconhecimento ao seu gesto de fé.

De 1547 em diante, poucas execuções ocorreram em Arundel. Apenas durante a guerra civil as coisas voltaram a ficar turbulentas. O castelo foi atacado e capturado pelas tropas parlamentaristas de Oliver Cromwell. Assim como em tantos outros castelos, vistos como símbolos da monarquia, as tropas de Cromwell deliberadamente destruíram grande parte do castelo, até que sobrassem apenas ruínas. 

Acima, uma foto que fizemos no restaurante do castelo, um trecho moderno, mas com decoração ao estilo medieval, para dar um clima mais adequado às refeições.

Em ruínas permaneceu o local até o século XVIII, quando Charles, o décimo Duque de Norfolk deu início a um grande e dispendioso programa de reconstrução. Seu descendente, Henry, o décimo quinto Duque de Norfolk levou a tarefa à frente entre 1875 e 1903, fazendo com que Arundel voltasse a exibir sua antiga glória e imponência. 

O local está aberto aos turistas entre os meses de abril e agosto. Durante a visita pode-se percorrer um grande número de aposentos, incluindo o grande salão do castelo e sua torre principal. Pode-se apreciar mobílias diversas do século 16, tapeçarias, pinturas, esculturas e objetos de uso pessoal de Mary, Queen of Scots. Também merecem destaque os aposentos especialmente construído para a visita da rainha Victoria, quando ela foi hóspede do castelo durantes três dias de 1846.

Arundel serve ainda como residência dos herdeiros Norfolk, o Duque e Duquesa de Norfolk e família, num setor não aberto à visitação pública. Ao terminar seu passeio pelo castelo não deixe de visitar o simpático restaurante de Arundel, onde são servidas refeições quentes ou lanches com chá ou chocolate quente, acompanhados de doces, tortas e os tradicionais Scones com o saboroso creme de leite conhecido na Inglaterra como Clotted Cream.

A melhor forma de chegar à pequena cidade de Arundel é de trem. A viagem de Londres dura pouco mais de uma hora, cruza campos verdes e é uma delícia, um autêntico programa inesquecível para um perfeito dia de férias com sabor medieval.

Mais informações no site: Arundel Castle.