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Azay le Rideau foi o último castelo que visitamos naquele dia que passamos nos arredores de Paris, e quase não conseguimos encontrá-lo. Ao contrário da maioria dos castelos e palácios, quase sempre situados em posições de destaque no centro de gramados ou parques, Azay le Rideau fica meio escondido, e seu acesso é feito através de um portão de ferro discretamente situado entre outras construções. Passamos algumas vezes para lá e para cá e foi preciso perguntar para moradores até descobrirmos seu quase disfarçado acesso.

Mas depois de cruzar o portão de ferro e percorrer uma bela alameda arborizada, Azay le Rideau aparece para os visitantes em todo seu esplendor. O nome da construção remonta ao ano 1119, quando um nobre de nome Ridel de Azay fundou neste local um povoado. Originalmente o local foi batizado como Azay le Ridel, sendo mais tarde modificado para Azay le Rideau. Na época ainda não havia nenhum castelo neste lugar, ele somente iria surgir mais tarde, quando os senhores feudais da cidade próxima de Tours resolveram guarnecer a estrada de acesso a Chinon com uma nova fortaleza. Como o povoado de Azay ficava bem no caminho, ele foi o local escolhido para receber a obra.

Inicialmente a construção assemelhava-se a uma fortaleza típica medieval, com grossas muralhas, ponte levadiça e pesadas torres, tendo como função básica o uso militar com características defensivas. Foi somente com o renascimento arquitetônico que iria marcar o reinado de Francisco I, que a construção começaria a assumir o aspecto que apresenta hoje em dia.

Martin Berthelot, nobre que na época ocupava o cargo de Maitre de la Chambre aux Deniers, equivalente a um ministério de nossos dias, decidiu comprar a propriedade, na época sem função defensiva e semi abandonada, para transformá-la em residência de luxo. A situação do imóvel, relativamente próximo de Paris, e numa região muito valorizada às margens do rio Loire, era ideal para seu projeto, pois os terrenos da área já vinham se transformando em local procurado pelos ricos.

Após comprar a propriedade, Martin a presenteou para seu filho, Gilles Berthelot, que viria a ser um influente membro do governo e ministro das finanças. Giles ordenou a demolição da maior parte da antiga fortaleza e determinou ainda que o novo chateau fosse construído aos moldes de um palácio, com arquitetura inspirada no estilo renascentista Italiano. A construção do novo Chateau de Azay de Rideau manteve, no entanto, algumas características clássicas medievais, como as torres situadas em cada ângulo da construção e o passeio coberto ao longo das muralhas externas.

Neste meio tempo, a França envolve-se em um conflito com a Espanha, e a rainha Louise I, tem um filho aprisionado por aquele país. A Espanha exige um resgate por sua libertação e alguns nobres franceses, como os Semblançay e os Berthelot contribuem para obter o valor exigido pelos espanhóis Assim, o dinheiro que iria dar continuidade às obras do palácio vai para os espanhóis, dificultando a Gilles Berthelot concluir a obra de seus sonhos.

Após seu resgate e retorno para a França, Francisco I, em vez de agradecer a quem tinha financiado sua libertação, considerou que estes nobres tinham contribuído com muito pouco, tinham feito corpo mole, e que não estavam tão interessados assim no seu retorno. Em pouco tempo estes infelizes proprietários de castelos estavam sendo acusados de traição. A raiva de Francisco I chegou a tal ponto que mandou enforcar o senhor de Semblançay. Preocupado e temendo ser também condenado à morte, Gilles Berthelot decide não esperar para ver o que o rei ia decidir a seu respeito, e resolve fugir do país, deixando seu castelo em Azay le Rideau para trás.

 

Em 1528, após a fuga de Gilles, o monarca Francisco I confisca a propriedade, e a outorga a Antoine Raffin, comandante de sua guarda pessoal, mas este não se interessa em ocupá-la, permitindo que, durante anos, a propriedade fosse pilhada e danificada. Foi somente a partir de 1583, quando a neta de Raffin mudou-se para cá que Azay le Rideau recebeu novos melhoramentos. Até a revolução francesa, o castelo iria permanecer como propriedade da família Raffin e de seus descendentes. 

Em 1791 Azay le Rideau é comprado por Charles de Biencourt, entusiasta da agricultura. Ele se dedica à modernização da propriedade, com vistas a sua exploração comercial. A partir de 1825 seu filho Armand François dá início a uma nova restauração do castelo, ajudado por subsídios fornecidos pelo Centro Nacional de Monumentos Históricos. 

Site oficial: Azay le Ridau

Mesmo assim, no início do século 20 os últimos descendentes da família Biencourt estão falidos e não tem mais como manter a propriedade. Felizmente, a esta altura Azay le Rideau já tinha valor histórico reconhecido pela sociedade o que incentivou o governo francês a fazer em 1905 uma oferta pela propriedade, imediatamente aceita pelos proprietários. A partir de então novas obras são feitas, permitindo que, pela primeira vez o castelo fosse aberto à visitação pública. 

Hoje em dia Azay le Rideau desfruta o status de um dos mais belos castelos da região do Loire. Presença constante em folhetos e guias turísticos, as imagens deste palácio renascentista já correram o mundo diversas vezes e continuam atraindo milhares de visitantes ano após ano.

Azay le Rideau está situado no vale do rio Loire, a cerca de duas horas e meia de carro de Paris (260 km de distância), pelas estradas A6 e A10. Depois de Tours basta seguir pela estrada D751 por mais 25 km. A cidade de Azay le Rideau tem população pouco superior a três mil habitantes. O castelo está situado na área urbana, no centro de um parque murado, e por isso é fácil passar pela sua frente sem se dar conta da entrada. Há um pequeno estacionamento a cerca de 300 metros depois da entrada para pedestres.