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A torre de York, conhecida como Clifford's Tower, é a única parte remanescente do que um dia foi o castelo medieval da cidade de York, situada ao norte da Inglaterra. Muito antes disso, ainda com os romanos, o local onde hoje está a torre era utilizado como cemitério. Tribos Saxônicas e Vikings também estiveram por aqui, o que pode ser comprovado por esculturas e cerâmicas destas civilizações.

O castelo foi obra de 'William, o Conquistador'. Decidido a guarnecer a parte norte de seu novo território contra aqueles que se recusavam a aceitar a dominação normanda, ele ordenou a construção de duas fortificações.

   

A primeira foi construída a partir de 1068, e foi esta que deu origem à torre que agora existe no local. A segunda fortaleza foi derrubada numa das freqüentes revoltas, e nunca chegou a ser reconstruída. Dentre todos os conflitos ocorridos no local, nada supera o trágico episódio de 1190, envolvendo metade da população judia da cidade. 

Já em 1170, York abrigava uma grande população judia. Seu estabelecimento nesta pequena localidade ao norte da Inglaterra devia-se basicamente a dois fatores. O primeiro era a existência de um castelo, o que na época era fundamental na escolha dos locais onde as comunidades se estabeleciam. Em caso de conflitos, ataques ou guerras, toda população poderia se abrigar dentro de suas muralhas.

A segunda razão para tantos judeus terem escolhido York como moradia eram as necessidades financeiras dos lordes e religiosos de York. Dinheiro era necessário para tudo, e a comunidade judaica tinha entre seus membros elementos de boa situação financeira capazes de satisfazer esta demanda. Em 1164 começou seu estabelecimento na cidade. De uma forma geral, é sabido que a comunidade judaica foi responsável em grande parte pelo crescimento não apenas de York, mas também de muitas outras cidades da Inglaterra. 


Interior da torre

 


Parte superior da torre

Por outro lado é também desta época o surgimento das primeiras Cruzadas, movimentos político religiosos incentivados pela igreja católica, que tinham como objetivo expulsar os não cristãos das terras santas da palestina. Com a reunião de todos estes elementos, estava formado o caldeirão para grandes conflitos, e os judeus acabariam sendo um dos povos mais sacrificados.

As Cruzadas contavam com a participação de senhores feudais, reis, religiosos, cavaleiros e milhares de soldados, que organizavam exércitos e partiam rumo ao oriente, onde ficavam por anos e muitas vezes nem chegavam a voltar.

 

As primeiras ocorreram nos anos de 1096, 1146, 1187 e 1203, e todas trouxeram batalhas, perseguições, carnificina e muitas mortes. Seus objetivos declarados nunca chegaram a ser atingidos. Em nome da religião, grandes atrocidades foram cometidas, e suas conseqüências foram sentidas em toda Europa, inclusive em York.

Como conseqüência da histeria de intolerância religiosa que invadia a Europa, os judeus da cidade também começaram a ser perseguidos. Em 16 de março de 1190 todos foram sitiados na cidade de York. Ameaçados, metade deles procurou abrigo na torre de madeira de York. A população da cidade enfurecida, então ateou fogo à torre, queimando vivos todos que estavam em seu interior.

Conta-se que o monarca ficou furioso com o episódio, e como punição à cidade, determinou o afastamento do Sheriff de York, a maior autoridade local, além de aplicar uma pesada multa aos cidadãos, mas os principais responsáveis pelo crime nunca chegaram a ser pegos. Este conflito até hoje marca de forma trágica a cidade e sua torre. Apenas muito mais tarde, já no século 13, ela seria reconstruída a mando do rei Henry III, mas desta vez com pedras. 

O nome Clifford's Tower surgiu apenas em 1322. Ao que consta, o rei Edward II mandou enforcar um lorde traidor de nome Robert Clifford, fazendo com que ele fosse pendurado em suas muralhas de pedra. Desde então a torre passou a ser conhecida como a Torre de Clifford (Clifford's Tower). Na ocasião a torre era o ponto central do castelo, onde existiam ainda muralhas rodeadas por um fosso.

Durante o reinado de Edward I, devido à sua proximidade da fronteira, a cidade de York teve importância fundamental nas lutas entre ingleses e escoceses. Com a morte de Edward, a cidade perdeu importância política e religiosa. O castelo foi abandonado, o que marcou o início de seu fim.

 


Vista aérea de Clifford's Tower

Durante a guerra civil o que restava do castelo foi bombardeada pelas tropas parlamentaristas, e em pouco tempo apenas a Clifford's Tower estava de pé. Atualmente, quase nada resta do castelo original. Ainda assim, ao subir a colina onde permanece a torre, pode-se sentir toda intensidade da história dramática que nos contam as muralhas da Clifford's Tower.  Conhecer esta torre é um passeio imperdível para qualquer um que visite a cidade de York, mas esteja preparado para enfrentar a longa escadaria que conduz ao portão de acesso.