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O castelo de Carlisle tem uma característica provavelmente única no Reino Unido. Ele pertenceu à Inglaterra, depois à Escócia, depois Inglaterra, Escócia... Como está situado praticamente na divisa entre os dois países, seu controle passava de um país para outro, conforme o correr dos anos e o resultado das batalhas. Foi esta a primeira coisa que descobrimos ao chegar lá, graças a uma sorridente senhora inglesa, que adorou saber que éramos do Brasil.

A primeira fortificação construída neste local foi um forte romano, erguido para proteger as terras ao sul da ilha dos ataques dos povos bárbaros. E assim permaneceu por quatro séculos, sendo que mesmo após a partida dos romanos as fortificações continuaram praticamente intactas. 

   

Muito mais tarde, William o Conquistador também sentiu necessidade de construir uma fortaleza naquele local. O responsável pela obra foi William II, em 1093, sendo que em seguida ele foi aumentado por Henry I, e logo depois caiu nas mãos dos Escoceses. Mas em 1135 o território foi recuperado pelas tropas inglesas do rei Henry II, que demoliram as torres de madeira e as reconstruíram em pedra. Ficou então com os ingleses até 1216, quando o rei escocês Alexandre II o tomou de volta mais uma vez. 

Seguiu-se um período de relativa calma até 1296, quando os ingleses novamente o atacaram, mas foram mais uma vez expulsos, desta vez pelas tropas de William Wallace, o Braveheart do cinema. Novas melhorias foram executadas entre 1306 e 1307, como o Great Hall e os apartamentos reais.

 

No período que se seguiu até 1461, o castelo foi atacado nove vezes, o que contribuiu para danificá-lo bastante. Apenas no início do século 16 foram executadas obras de reforma, que incluíram adaptações para o uso de canhões de pólvora. 

Durante o reinado de Henrique VIII havia o temor de uma aliança entre franceses e escoceses, para invadir a Inglaterra. O soberano então determinou que Thomas Howard, o Duque de Norfolk, inspecionasse Carlisle e providenciasse as necessárias adaptações para fazer frente a esta ameaça. A solução encontrada foi a construção de uma cidadela anexa ao castelo, como forma de aumentar suas defesas naturais. A obra foi entregue ao engenheiro Stefan Von Haschenperg em 1541. A foto acima foi batida frente à fachada principal de Caslisle.

A mais famosa prisioneira do castelo foi a rainha escocesa Mary, entre maio e julho de 1568, a qual entrou para a história como Mary, Queen os Scotts. Apenas quando James I, filho de Mary, subiu ao trono com o título de Rei da Inglaterra e Escócia, ocorreu uma verdadeira paz entre os dois países. Mas Charles I, filho de James I, colocou tudo a perder novamente. Em 1642 começava a chamada Guerra dos Três Reinados, e Carlisle voltou a ser palco de batalhas entre ingleses e escoceses.

Em 1644, durante a guerra civil, o castelo foi sitiado durante oito meses, e apenas foi tomado devido aos ingleses que ocupavam Carlisle terem ficado completamente sem provisões. Novamente os escoceses assumiram o controle até 1648, quando mais uma vez os ingleses voltaram. Apenas em 1707, com o tratado assinado entre ingleses e escoceses, criando a Grã-Bretanha, terminaram em definitivo as lutas entre os dois povos. Mas o castelo ainda veria resquícios de turbulência.

Em 1745, durante a Rebelião Jacobina que convulsionou o país, as tropas do príncipe Charles atacaram novamente o castelo. Mas esta dominação também durou pouco. O Duque de Cumberland e Senhor de Carlisle, arregimentou suas tropas, derrotou os 400 guardas que haviam ficado no castelo e depois mandou enforcar todos que haviam aderido a revolta Jacobina.

Estas idas e vindas entre ingleses e escoceses causaram grandes danos à estrutura de Carlisle, mas nenhum trabalho adicional de recuperação foi efetuado até o século 19, quando enfim, por determinação da rainha Victoria, ele começou a ser adaptado aos novos tempos e necessidades do exército. Parte do castelo de Carlisle ainda hoje é utilizada como guarnição militar. Lá está situado o Regimental Museum. A preservação das outras partes do conjunto está a cargo do English Heritage, sociedade responsável pela manutenção de pontos históricos da Inglaterra